O pedreiro Benedito Bulzan Filho, conhecido pelo apelido de Bil, morador de Ouro Verde, disse que sofreu uma verdadeira humilhação para conseguir a liberação do corpo do filho dele Luiz Fernando Bulzan, vulgo Gordin, que passou mal e morreu na quarta-feira, 24, na Penitenciária de Irapuru. Ele esteve no Jornal Regional ontem, 26, de manhã, juntamente com o advogado Severino e contou que foi avisado do óbito do filho às 11 horas e só conseguiu cinco horas depois.
Benedito mostrou o boletim de ocorrência que registrou na polícia para conseguir a liberação para que o corpo fosse encaminhado ao IML de Adamantina onde foi feito o exame necroscópico que vai indicar a verdadeira causa da morte. O pai reclama que faltou atenção ao filho tanto da Santa Casa de Junqueirópolis bem como da direção da Penitenciária.
Ele afirmou que a Penitenciária só ligou e avisou sobre a morte dizendo que Luiz Fernando havia falecido a caminho do hospital. No hospital, Benedito explicou que recebeu a informação que o filho morreu dentro da Penitenciária.
Se não bastasse isso, quando solicitou a liberação do corpo, o hospital disse que isso era de competência da Penitenciária e esta alegou que o documento teria que ser feito pela Santa Casa.
Benedito disse que foi um jogo de empurra da Santa Casa para o presídio e do presídio para a Santa Casa que durou horas e nesse tempo esteve andando a pé tomando chuva em busca de uma solução.
Ele reclamou que o corpo só foi liberado por volta das 16 horas depois que o boletim de ocorrência na polícia foi elaborado na Polícia Civil de Irapuru.
Na certidão de óbito consta que a morte de Luiz Fernando ocorreu por causa indeterminada. Além disso, segundo Benedito, Luis Fernando que sofria de infecção intestinal (colite) sempre reclamou com a mãe dele que estava doente, mas que não tinha atendimento médico necessário.
Benedito diz claramente que essas situações que passou foi muita humilhação e que não deseja que ocorra a ninguém. Ele pretende aguardar o resultado do laudo da necropsia para depois tomar providências ou até mesmo uma ação contra o Estado contra a falta de atenção do presídio no caso.
A direção da Penitenciária foi contatada pela reportagem e informou que somente a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Assuntos Penitenciários (SAP) poderia se manifestar. A reportagem enviou e-mail para a SAP, porém até o fechamento desta edição por volta das 19h de ontem, não havia recebido nenhuma resposta.
O corpo de Luiz Fernando após ser velado foi sepultado na quinta-feira, 25, no cemitério de Ouro Verde.