Os países africanos devem reforçar a cooperação contra o terrorismo, informaram hoje (2) os dirigentes do continente durante uma cúpula da União Africana (UA), em Nairobi, capital do Quênia, sobre este problema. A cúpula da UA teve início algumas horas depois de um ataque aéreo dos Estados Unidos na Somália contra os principais líderes islâmicos shebab, um dos grupos armados mais ativos na África.
“Estamos preocupados com a paz e a estabilidade no nosso continente”, declarou o chefe de Estado do Chade, Idriss Déby, que abriu os trabalhos na qualidade de presidente em exercício do Conselho de Paz e Segurança da UA. “Os ataques na região do Sahel (faixa de aproximadamente 600 quilômetros de largura e 5,5 mil quilômetros de extensão, abaixo do deserto do Saara e acima da savana do Sudão), os atentados terroristas do Boko Haram na Nigéria e em outras regiões de África ocidental encorajam-nos a aumentar os esforços para combater este flagelo”, afirmou.
“O terrorismo e o crime organizado obrigam-nos a desencadear uma ação comum”, destacou Déby. Além do chefe de Estado queniano, Uhru Kenyatta, os presidentes da Nigéria, Goodluck Jonathan, e da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, também participam na cúpula. Seus países são dos mais atingidos pela ação de grupos terroristas.
Na Somália, os Estados Unidos atacaram, esta madrugada, o local onde acontecia uma reunião dos principais responsáveis shebab, incluindo o líder supremo Ahmed Abdi “Godan”, desconhecendo-se, até ao momento, o resultado do ataque.
Há vários anos que estes rebeldes islâmicos, próximos da Al Qaeda, realizam ataques nos países da região, em particular no vizinho Quênia. Os shebab reivindicaram o ataque contra o centro comercial Westgate, em Nairobi, no ano passado, que causou pelo menos 67 mortes. “Os shebab continuam representando uma grave ameaça na região”, ressaltou o presidente queniano.
A África ocidental também foi atingida e, na Nigéria, o país mais populoso de África, o grupo fundamentalista islâmico Boko Haram multiplica os ataques e conquista áreas no Nordeste do país. Grupos de combatentes islâmicos ligados à Al Qaeda operam também no Sahel e ocuparam o Norte do Mali durante vários meses em 2012.
De acordo com a organização da UA, a cúpula da União Europeia, que se prolonga por um dia, deve permitir analisar os esforços realizados para “combater o terrorismo na África” e decidir “medidas práticas” para reforçar esta luta.