Nada como um café quentinho e um pão fresco para começar bem o dia. É tradição de muitos brasileiros fazer uma parada na padaria logo no início da manhã para tomar um bom café. Além da comodidade devido à correria do dia-a-dia, é uma oportunidade para encontrar os amigos e colocar o papo em dia. Porém, com os reajustes nos preços muitos já começam a repensar a proposta antes de sair de casa.
Em razão do aumento do gás de cozinha e da energia elétrica, algumas panificadoras já começaram a repassar os custos ao consumidor. O tradicional pingado (café com leite) teve alta de pouco mais de 11%. O pão na chapa ficou ainda mais caro, com acréscimo de 20%. Um dos empresários do setor mencionou que todas as produções do café da manhã necessitam de energia ou gás, sendo assim, esses reajustes pesaram no final do mês ficando impossível não repassá-los ao consumidor.
Mesmo com a falta de chuvas, o aumento do leite foi mínimo e não foi repassado. Já o da farinha vem se mantendo estável. O setor não enfrenta crises, mas já percebe uma queda significativa no consumo. O proprietário da padaria avisou que esta estabilidade da farinha é devido a uma retração no consumo. “Com a inflação disparada, muitas pessoas diminuíram suas idas a restaurantes e lanchonetes, voltando a fazer a maioria das refeições em casa. Comercializamos pães para trailers de lanches e a queda nos pedidos foi significativa nos últimos meses”, esclareceu.
Algumas panificadoras em Dracena mantiveram seus preços. Parte delas aguarda o resultado das eleições para modificar os valores. “Os consumidores estão receosos quanto à alta da inflação, por isso a queda de pessoas que realizam suas refeições fora de casa”, disse um dos empresários.
NACIONAL – O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 4,3% entre julho e agosto deste ano, segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador atingiu 102,3 pontos, o menor patamar desde abril de 2009 (99,7 pontos). Houve piora tanto na confiança em relação ao momento presente quanto na expectativa para os próximos meses. O grau de satisfação dos consumidores em relação à economia recuou 13,6%. A parcela de consumidores que esperam melhora da economia diminuiu de 22,9% para 22,1%, enquanto o percentual daqueles que preveem piora avançou de 28,4% para 30,3%. (Com informações da Agência Brasil).