Os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Cristovam Buarque (PDT-DF) estudam a possibilidade de instaurar, no Senado, procedimentos investigativos, caso seja confirmado o envolvimento de senadores nas recentes denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras. Eles comentaram hoje (10) essa possibilidade, após reunião com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
“Nosso interesse, como membros do Congresso Nacional e do Senado Federal é, caso essa notícia sobre a delação premiada chegue à PGR [Procuradoria-Geral da República], acompanhar essas informações, respeitando obviamente o sigilo da informação. Gostaríamos de observar o procedimento e a eventual denúncia ao STF [Supremo Tribunal Federal]”, disse Rodrigues. “E, se for o caso, faremos obviamente a denúncia ao Conselho de Ética”, acrescentou.
Segundo os senadores, Janot deu a entender que não tem conhecimento do caso e que por se tratar do instituto de delação premiada, não pode prestar nenhuma informação dessa natureza. “Isso poderia, inclusive, prejudicar a delação premiada”, ressaltou Randolfe Rodrigues.
“Não viemos pedir esses dados porque sabemos que, mesmo que ele quisesse fornecer, não tinha o direito. Isso seria contrário às regras e às normas. Saímos, portanto, convencidos de que, de fato, o Ministério Público [MP] está fazendo o trabalho correto, na velocidade correta”, disse Cristovam Buarque. “Isso é uma questão para o MP e para vocês [da imprensa], que têm de divulgar [os nomes] quando tomar conhecimento. Quero ler [isso] nos jornais, nas revistas, nas tevês e nas rádios. Não quero nenhuma informação privilegiada”, acrescentou.
Para Buarque, as denúncias de envolvimento de políticos em esquema de corrupção da Petrobras reforçam a necessidade de uma reforma política séria no país, para que não apenas os corruptos possam ser presos, mas o Estado funcione tão bem que nenhum corrupto consiga roubar nada.