A atividade de serviços do Brasil voltou a registrar contração em agosto após seis meses de expansão, pela taxa mais forte em dois anos e com redução de empregos, apontou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta quarta-feira.
O Markit informou que o PMI de serviços do Brasil recuou a 49,2 em agosto ante 50,2 em julho, ficando pela primeira vez desde janeiro abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração.
O resultado ofuscou parcialmente o retorno da indústria ao terreno de crescimento em agosto após quatro meses de retração. O PMI Composto manteve-se abaixo da marca de 50, a 49,6, mas teve pequena melhora em relação a julho, quando registrou a menor taxa em 23 meses, de 49,3.
Vários entrevistados atribuíram a queda na atividade de serviços “ao estado de depressão do mercado em geral”, segundo o Markit, destacando que houve queda nas categorias de Hotéis e Restaurantes e de Aluguéis e Atividades de Negócios.
O Brasil entrou em recessão técnica no primeiro semestre, com o Produto Interno Bruto (PIB) recuando 0,2 e 0,6 por cento no primeiro e no segundo trimestres, respectivamente.
Embora o volume de novos negócios recebidos pelo setor de serviços tenha crescido pelo 24º mês seguido em agosto, a taxa de crescimento desacelerou para o nível mais fraco desde agosto do ano passado.
Na tentativa de reduzir os custos, as empresas do setor de serviços reduziram o número de funcionários pela primeira vez desde fevereiro de 2013, ainda que de maneira marginal. Todos os subsetores registraram redução, exceto os de Hotéis e Restaurantes e os de Outros Serviços.
Já as pressões inflacionárias se intensificaram em agosto, com os preços tanto de insumos quanto de venda avançando pela taxa mais rápida desde março.
As empresas de serviços também mostraram piora do sentimento em relação à atividade no próximo ano, com o Índice de Expectativa atingindo o nível mais fraco na história da pesquisa.
“Isso sugere continuidade do cenário desafiador para a atividade no segundo semestre”, destacou o economista-chefe do HSBC, André Lóes.
As expectativas foram melhores no subsetor de Transporte e Armazenamento, mas houve indicação de pessimismo pelas empresas de Hotéis e Restaurantes e de Correios e Telecomunicações.