A indústria da transformação foi o setor que mais abriu postos de trabalho na região metropolitana de São Paulo (SP) em agosto deste ano, na comparação com o mês anterior. O nível de ocupação na área aumentou 2,4%, com a geração de 39 mil novas vagas, revela a Pesquisa de Emprego e Desemprego do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socieconômicos (Dieese) e da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).

De acordo com a pesquisa, o setor de serviços manteve-se relativamente estável, com criação de 11 mil postos. Houve redução na construção, com eliminação de 20 mil vagas; e no comércio, que deixou de ofertar 9 mil vagas.

“A indústria é que mais vem sofrendo com essa semiestagnação da economia brasileira. O futuro ainda é meio incerto, mas, de qualquer forma, houve forte redução [da empregabilidade] no primeiro trimestre, seguida por relativa estabilidade e por importante recuperação de julho para agosto, que repete o movimento das curvas dos anos anteriores”, disse o economista Alexandre Loloian, coordenador de Análise da pesquisa.

Para ele, o crescimento pode estar relacionado às medidas de estímulo ao retorno do crédito anunciadas pelo governo federal. A indústria emprega 1,632 milhão de pessoas na região metropolitana de São Paulo.

Em termos gerais, a pesquisa mostra que a taxa de desemprego manteve-se em relativa estabilidade em São Paulo no mês de agosto, variando de 11,4% em julho para 11,3%. O total de desempregados passou de 1,257 milhão para 1,245 milhão. Na comparação com agosto do ano passado, o número de desempregados estava em 1,131 milhão. É o quinto mês em que a taxa se mantém estável.

Loloian estima que o número de desocupados deve diminuir no último trimestre do ano. “É sazonal, a redução da taxa a partir do segundo semestre. Esse movimento [de queda] está atrasado, mas vamos esperar que a partir de setembro, a taxa volte a ter esse comportamento que é comum.”

O número de assalariados aumentou 1% no último mês. No setor privado, houve crescimento de 0,9% no número de pessoas com carteira assinada no setor privado. O contingente de  trabalhadores que não têm registro ficou estável. Quanto ao rendimento médio real dos ocupados, que inclui também os que não têm vínculo empregatício, houve queda de 0,6%, na comparação entre junho e julho. Considerando-se apenas os assalariados, o rendimento aumentou 0,9%, representando um valor de R$ 1.904.