A Secretaria Municipal de Saúde iniciou no mês passado, a campanha da dose de reforço contra o HPV (Papiloma Vírus Humano). No entanto, 37,21% das meninas de 11 a 13 anos que tomaram a primeira no início do ano, ainda não compareceram ao Posto de Saúde.
Até o último dia 8, apenas 447 adolescentes tomaram a segunda dose. A enfermeira da Vigilância Epidemiológica, Jaqueline Maria de Souza, acredita que a queda se deve a polêmica na primeira semana de setembro, dias antes da campanha na cidade, quando 11 jovens de uma escola pública de Bertioga, no litoral paulista, se queixaram de reação à segunda dose da vacina. Logo após a aplicação, as meninas deram entrada no pronto-socorro com queixas de dor de cabeça e dificuldades para caminhar.
A enfermeira reforçou a importância da segunda dose e informou que somente a primeira dose não imuniza o público-alvo contra o vírus e a “segunda dose é essencial”.
Segundo o Ministério da Saúde, a vacina é segura e recomendada pela Organização Mundial da Saúde. Quase cinco milhões de meninas em todo o Brasil já foram vacinadas contra o vírus HPV.
A Secretaria Estadual de Saúde acompanhou os casos das jovens de Bertioga e descartou qualquer problema com o lote de vacinas utilizado na cidade litorânea. A vacinação contra o HPV continuou em todo o Estado e não houve nenhuma associação dos sintomas apresentados pelas adolescentes com a aplicação da vacina, uma vez que o mesmo lote, composto por 320 mil doses, vem sendo aplicado desde o início do mês em estudantes de todo o estado de São Paulo.
Para Arthur Chioro, ministro da Saúde, a vacina é segura e é uma estratégia importante na prevenção do câncer do colo do útero. “Ela só terá eficácia se as meninas tomarem todas as doses”, alertou o ministro.
A vacina contra HPV faz parte do calendário nacional e está disponível em salas de vacinação espalhadas por todo País. Cada adolescente deverá tomar três doses para completar a proteção: a segunda, seis meses depois da primeira e a terceira, de reforço, cinco anos após a primeira dose.
Neste ano, são vacinadas as adolescentes do primeiro grupo, de 11 a 13 anos. Em 2015, a vacina passará a ser oferecida para as adolescentes de nove a 11 anos e, em 2016, as meninas de nove anos.
De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, a conclusão dos casos de efeitos adversos registrados no Brasil só reforça a segurança da vacina. “O desfecho desses casos, sem qualquer lesão ou sequela, é uma comprovação que a vacina é segura” salienta, lembrando que muitas reações são psicológicas, comuns em vacinação em ambientes fechados como escolas, quartéis e trabalhos. Para o secretário, a meta de vacinar 80% das meninas será alcançada.
DOENÇA – O HPV é um vírus transmitido pelo contato direto com a pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para o filho no momento do parto. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras da doença, sendo 32% infectadas pelos tipos 16 e 18. Em relação ao câncer de colo do útero, estudos apontam que 270 mil mulheres, no mundo, morrem devido à doença. Neste ano, o Instituto Nacional do Câncer estima o surgimento de 15 mil novos casos.