A docente do curso de Odontologia das Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI), Prof.ª Postdoc Juliana Delben, venceu o prêmio Hatton da Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica e será uma das duas representantes brasileiras na competição mundial da Associação Internacional de Pesquisa Odontológica (IADR, na sigla em inglês), a ser realizado em março de 2015, na cidade de Boston, nos Estados Unidos.
O prêmio foi concedido durante o encontro anual da organização brasileira, realizado no início de setembro, na cidade de Águas de Lindoia. Intitulada “Atmospheric pressure cold plasma: a tissue-tolerable approach against oral biofilms”, a pesquisa analisou o uso do plasma de baixa temperatura sobre o biofilme oral, um agregado de bactérias e fungos que se forma na cavidade oral.
“O plasma, na verdade, se consiste em um gás ionizado e a gente pode, na Odontologia, utilizá-lo em várias áreas, desde a modificação da superfície de materiais, melhorando a adesão de materiais, até mesmo para o tratamento de biofilmes orais. No caso, esta pesquisa desenvolvida foi nesse sentido. Nós conseguimos, utilizando o plasma, remover e reduzir a quantidade de biofilme oral formada por bactérias e fungos e, ao mesmo tempo, essa dose não causou danos à mucosa oral”, explicou Juliana Delben.
A tecnologia proposta pela pesquisa utiliza o plasma de baixa temperatura, que pode ser gerado em temperatura ambiente e sob pressão atmosférica, ou seja, podendo ser produzido num ambiente de consultório odontológico.
“Nós já conduzimos uma boa parte dos testes laboratoriais, falta ainda testar em animais e acredito que, num futuro não muito distante, poderemos aplicar isso em humanos”, revelou a docente.
O primeiro contato de Juliana com essa tecnologia foi durante a pesquisa de seu doutorado-sanduíche, realizado na Universidade de Nova Iorque (NYU, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, e na Unesp de Araçatuba, sob orientação do Prof. Dr. Wirley Assunção. “Neste primeiro trabalho estudamos o uso do plasma para modificar a superfície do material das próteses dentárias e observar se ocorria maior ou menor adesão de micro-organismos”, lembrou, ao mencionar que agora pretende dar continuidade ao trabalho com o plasma em parceria com a Prof.ª Dr.ª Simone Duarte, pesquisadora da universidade norte-americana.
Sendo, agora, docente da FAI, a ideia de Juliana é envolver a instituição adamantinense nessa experiência de pesquisa e possibilitar novas parcerias. “A gente poderia manter um intercâmbio com pesquisadores internacionais e promover, de repente, uma união de interesses entre a universidade do exterior com a FAI para o prosseguimento de algumas pesquisas nesse sentido”, comentou.