Depois da derrota na semifinal da Copa do Mundo por 7 a 1 para a Alemanha, a palavra “mudança” passou a imperar na seleção brasileira. Algumas mais drásticas, como a troca no comando técnico de Luiz Felipe Scolari por Dunga, e outras menos perceptíveis: a faixa de capitão, por exemplo, agora está nos braços de Neymar.
Ela pertencia a Thiago Silva, que não pôde ser convocado ainda por Dunga em razão de uma lesão na coxa. Antes, quando ele estava ausente, David Luiz assumia o posto. Foi assim contra a Alemanha, por exemplo, quando Thiago cumpriu suspensão por cartões amarelos. Porém, o desempenho dos zagueiros como líderes não agradou a atual comissão técnica.
Foi constatada uma instabilidade emocional, dificuldade em lidar com a pressão de ter que conquistar a Copa do Mundo em casa. Por isso, Neymar assumiu a faixa. Dunga trocou uma liderança mais enfática, mais verbal, por outra, prioritariamente técnica. David, que perdeu o posto nesses primeiros amistosos, aprova o companheiro na função.
“O Neymar é muito novo, mas tem muita experiência e exala seleção brasileira. Ele tem a forma dele de liderar e todos estão muito felizes com a escolha”, afirmou o zagueiro, que admitiu ter um estilo de liderança diferente do craque.
“Cada um tem sua forma de liderar, mas o que vale na Seleção é a liberdade de opinião que todos têm. Sou diferente do Neymar em muitos aspectos, mas pensamos da mesma forma, que é o melhor para a Seleção.”
Dunga já adiantou que mesmo quando Thiago Silva voltar a fazer parte do grupo, a faixa de capitão vai continuar no braço de Neymar. O zagueiro está praticamente recuperado da lesão e deve voltar aos campos assim que as ligas europeias recomeçarem, depois da paralisação para as datas reservadas pela Fifa para partidas das seleções.