De modo geral, as pessoas são pacíficas, não querem saber de armas para sua defesa e, por elas, as armas existiriam somente para diversão e competições. Porém, acontecimentos, que já se banalizaram, fazem com que a população vá tomando um novo posicionamento. Vamos focalizar alguns casos costumeiros que a mídia tem feito chegar até nós:
Caso nº1 – rapaz de 28 anos chega em casa, de carro, com a sua mãe, depois de ir a um buffet experimentar docinhos e salgados que encomendaria para a festa de seu casamento. Ao colocar o carro na garagem, entram com ele três bandidos para roubar o carro. Mãe e filho ficam apavorados, mas o rapaz pega a chave do carro para entregar aos assaltantes. Mesmo assim, um dos marginais dispara um tiro na cabeça do rapaz que vem a falecer.
Caso nº2 – Mulher para num semáforo e um rapazola bate com o revólver no vidro, mandando que ela o abrisse. Apavorada, ela abaixa o vidro e ele diz para ela entregar a bolsa. Ela pega a bolsa e entrega ao jovem bandido. Não satisfeito, ele dispara a arma cujo tiro lhe atravessa o pescoço, levando-a à morte.
Há milhares desses exemplos diariamente, mas vamos nos ater a esses dois. Tanto em um caso como no outro, a certeza de que não encontrariam resistência estimularam o procedimento dos malfeitores. Eles têm armas, as vítimas não. Enquanto um cidadão normal leva muito tempo trabalhando e economizando para adquirir um bem, eles o levam à força em segundos e, ainda, para completar o serviço matam a vítima, sem a menor necessidade.
Será que os outros bandidos não pensariam melhor se, nesses dois casos citados, não tivessem encontrado vítimas desarmadas, mas pessoas com armas que lhe dessem um tiro ao invés de ter lhe entregado as chaves do carro? Se aquela mulher não pegasse a bolsa, mas pegasse uma arma e disparasse contra o pivete que a assaltava no semáforo? Não seria uma lição para ele, se saísse vivo, e para seus colegas que já se acostumaram a “garimpar” dinheiro roubando, matando e, quase sempre, saindo impunes?
A Lei do desarmamento é linda, maravilhosa, mas não alcança uma parcela da população que vive na marginalidade e faz do banditismo sua profissão. Enquanto as pessoas de bem obedecem à lei, não comprando armas e entregando ao Estado as que possuíam em casa, os bandidos entram com milhares de armas pelas fronteiras imensas do país, revendem-nas uns aos outros e se sentem isentos de perigo para roubar e matar a seu bel prazer.
Os cidadãos normais se sentem em situação de desvantagem ao obedecerem essa lei, já que não há polícia no mundo que consiga protegê-los dos meliantes. Com isso, eles agem sem nenhum receio e invadem residências, carros, lojas e até shoppings, cujos seguranças não podem andar armados. Ninguém está a salvo de um assalto por bandidos armados e de ficar ali, passivamente, a espera de que eles o deixem seguir sem lhe tirar a vida.
Pela igualdade de oportunidades, motivo de tantas lutas, se o Estado não consegue desarmar os bandidos, talvez devesse repensar a proibição de os cidadãos poderem se armar para sua defesa e não ficarem à mercê da boa vontade dos assassinos de deixar vivos ou não suas presas.
Até quarta-feira
– Dracena-
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