Depois de 20 meses da noite do crime, Oscar Pistorius enfim conheceu a sentença que terá que enfrentar pela morte de sua namorada, Reeva Steenkamp. Acusado anteriormente de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, o atleta paralímpico foi condenado a cinco anos de prisão. A decisão foi anunciada pela juíza responsável pelo caso, Thokozile Masipa. Os lados ainda têm o direito de recorrer da sentença.
Cercado por um batalhão de jornalistas e com segurança reforçada, Pistorius chegou na corte em Pretória um pouco depois das 9 horas (horário local sul-africano).  A justiça já havia considerado o atleta inocente diante da acusação de assassinato premeditado. 
A juíza Thozolile Masipa deixou claro que a decisão ali era unicamente sua. A responsável pelo caso também lembrou e destacou os depoimentos realizados na semana passada, tanto por testemunhas de acusação quanto de defesa, e deixou claro que encontrar a sentença apropriada foi considerado um desafio. Para a magistrada, uma pena mais leve mandaria uma mensagem errada para a população.
O advogado Barry Roux disse esperar que seu cliente fique apenas 10 meses atrás das grades e cumpra o restante da pena em prisão domiciliar. A promotoria, no entanto, discorda e diz que Pistorius deve servir pelo menos um terço da pena na prisão. 
Em seu discurso, a juíza sugeriu que o sistema prisional sul-africano está sim preparado para receber pessoas com deficiência física, como Pistorius. A questão foi muito discutida na semana passada, mas ela criticou argumentos de uma das testemunhas de defesa, que tentou mostrar a prisão como um lugar perigoso para o réu. 
“Não seria razoável para este tribunal de usurpar as funções do departamento de serviços penitenciários após a sentença”, disse ela, que apontou que a preocupação da defesa não era apenas com o problema físico de Pistorius, mas também suas necessidades relacionadas com a saúde mental.
LEMBRE O CASO: No dia 14 de fevereiro de 2013, Oscar Pistorius deixou sua casa em Pretória escoltado por autoridades como principal suspeito de matar a sua namorada, a modelo Reeva Steenkamp, naquela madrugada. Em depoimento, o atleta alegou que ouviu barulhos e efetuou os disparos de arma de fogo após confundir a companheira com um ladrão. A promotoria, no entanto, acredita que o crime foi premeditado e executado após uma discussão do casal. Após uma semana de audiências, no ano passado, o juiz Desmond Nair garantiu a fiança ao medalhista paralímpico e anunciou que ele responderia pela morte de Reeva em liberdade.