Durante a audiência pública para prestação de contas da Secretaria Municipal de Saúde, realizada na semana passada em Adamantina, o dirigente da pasta, Jorge Chihara, falou sobre a centralização da saúde da região em Adamantina.
O secretário tocou no assunto após ser questionado sobre a implantação de um Hospital Regional em Adamantina e também sobre a possibilidade do município atender a demanda da Santa Casa de Lucélia.
O município de Adamantina já atende aos pacientes que residem em outras cidades em casos de encaminhamentos médicos pela central de vagas. A ideia apresentada pelo secretário é centralizar todo esse atendimento em Adamantina e transformar os hospitais de cidades menores em clínicas médicas.
“Fala-se muito em hospital regional, mas o governo não vai ‘pegar’ e construir um prédio: o hospital regional. A regionalização vai acontecer de forma natural. Se a gente conseguir atender esses pacientes de Lucélia melhor do que está sendo atendido lá, essa regionalização, centralização em Adamantina, isso vai ser natural”, disse ele.
No início do mês de setembro, as administrações municipais de Lucélia e Adamantina se reuniram para discutir os problemas da Santa Casa de Lucélia. Foi estudada a possibilidade dos municípios firmarem parceria para que parte do atendimento hospitalar seja direcionado para Adamantina. “O diretor da regional de Marília está empenhado e parece que com a questão de Lucélia tem caminhado bem. Acho que a Santa Casa tem percebido isso, que é uma responsabilidade de Adamantina, e é uma cidade que tem como absorver a demanda dos municípios da região”, revelou Jorge.
Para o secretário de Saúde, “se der certo Lucélia, o resto vem”, se referindo à possibilidade de Adamantina atender a hospitais pequenos da região futuramente. “Na verdade a população vai querer isso, a hora que a população de Lucélia ver que aqui em Adamantina estão sendo melhores atendidos do que lá, que não tinham médico, a população vai querer que haja essa migração”, salientou.
“Assim como foi R$ 1 milhão para Osvaldo Cruz, quer dizer, a gente que tinha que ter pleiteado. Coloca R$ 1 milhão em Adamantina que nós temos condições de dar uma solução definitiva. O que foi feito lá foi um paliativo, que daqui a quatro meses vai voltar o mesmo problema. É a mesma coisa que vai acontecer com Lucélia, vai acontecer com Flórida e Pacaembu, nesses municípios pequenos, os hospitais hoje, na minha visão, eles colocam em risco a vida das pessoas. Ele é mais prejudicial aberto do que se fechar as portas. Por que se chega um enfartado lá, perde-se quatro ou cinco horas até fazer diagnóstico para tentar conseguir vai demorar 12 horas. As quatro primeiras horas de ouro do enfarto ou AVC é a hora que tem que fazer a administração medicamentosa, pra ter algum sucesso. Perdeu-se as quatro horas, os danos já estão feitos. As cidades menores deveriam fazer clínica médica”, opinou.
O secretário de Saúde acredita que para essa regionalização é necessário parceria com o Estado com a destinação de recursos financeiros para adequar a unidade hospitalar do município, ampliar os leitos da UTI e melhorar o aspecto físico, para centralizar o atendimento da região em Adamantina. “É melhor ter um lugar bem organizado do que ter tudo esparramado”, afirmou.
“O polo que vai ser Adamantina é só uma questão de tempo. Acho que agora precisamos trabalhar para que isso aconteça”, finalizou.