Bancários de agências públicas e privadas decidiram entrar em greve nacional por tempo indeterminado após assembleia na noite de segunda-feira, 29. Na manhã de ontem, 30, primeiro dia de paralisação, alguns clientes ao chegarem às agências se frustraram com a interrupção dos serviços. Houve diversas reclamações e muitos se revoltaram ao terem que se aglomerar em filas para utilizar os serviços dos caixas eletrônicos.
Por volta das 10h30, integrantes do Sindicato dos Bancários comunicaram a greve com a colocação de cartazes nas agências e com a dispensa de funcionários. Parte dos bancários se encontrava dentro das agências, mas somente para a realização de serviços internos.
De Junqueirópolis a Panorama todas as agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil aderiram à paralisação. As agências do Banco Santander de Tupi e Monte Castelo também suspenderam os atendimentos.
Segundo José Hélio Camacho, diretor sindical da subsede dos Sindicatos dos Bancários de Tupã e região, hoje, 1º, os demais bancos particulares também poderão entrar em greve.
Camacho ainda comunicou que a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não se manifestou sobre uma nova proposta. Os trabalhadores querem reajuste de 12,5%, maiores participação nos lucros, mais segurança no trabalho, melhores condições no plano de saúde, fim das demissões sem justificativas, combate ao assédio moral e fim das metas abusivas e igualdade de oportunidades na ascensão profissional.
De acordo com o Sindicato dos Bancários, somente os seis maiores bancos (Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Santander e HSBC), que somados detêm mais de 85% dos ativos do sistema financeiro e empregam mais de 90% dos bancários, tiveram lucro líquido de R$ 56,7 bilhões em 2013 e mais R$ 28,5 bilhões no primeiro semestre deste ano. Para conseguir esses lucros estratosféricos, os bancos estão fazendo demissões e usando a rotatividade para reduzir a média salarial da categoria e submetendo os bancários a uma crescente pressão por cumprimento de metas abusivas, que levam com frequência à prática do assédio moral. Em razão disso, 18,6 mil bancários doentes foram afastados do trabalho pelo INSS em 2013 (aumento de 41% em relação aos últimos cinco anos), mais da metade dos quais com diagnóstico de transtornos mentais e do sistema nervoso – doenças que cresceram 64,3% desde 2008.