Vemos na Bíblia Sagrada, logo no início do livro do profeta Ezequiel, ele narrando que o céu se abriu, e ele teve uma visão de Deus (Ez 1.1). Hoje em dia vivemos tempos em que as pessoas são fascinadas pela imagem. 

O dito popular que marca nossos dias é que “uma imagem vale mais que mil palavras”. Realmente devemos concordar que as imagens exercem sobre nós um certo fascínio. Quem não se encanta com um belo pássaro pousado num galho? Às vezes a gente passa um bom tempo contemplando um aquário, admirando o movimento dos peixes… Mas também devemos ter cuidado, pois às vezes a mera aparência de uma imagem pode nos enganar, pois por mais bela que pareça, é destituída de conteúdo e de verdade!
O nosso Deus se comunica conosco de várias maneiras. Gosto de pregar que cremos num Deus que fala, pois não é mudo como os ídolos. Vemos no livro de Gênesis que, à medida que o Senhor falava, as coisas foram criadas. O caos deu lugar à harmonia, à beleza, à ordem, à vida. O universo e as criaturas tomaram forma à medida que o eterno expressava sua palavra criadora.
Ezequiel viu os céus abertos e teve visões da parte de Deus. Isso não acontece a toda hora. Deus estava sinalizando que iria mostrar grandes coisas ao profeta e, sobretudo, falar. O Senhor deixa claro logo no início que ele receberia várias visões, mas, sobretudo, que deveria transmitir a outros a palavra a ele confiada.
Na pessoa de Jesus Cristo o Senhor efetivou a perfeita consonância entre a imagem e a palavra. A figura de sua morte na cruz do calvário foi à visão mais marcante e impactante que ele nos deixou.
Essa marca e o impacto nos leva a pelo menos duas reações. A corresponder ao seu amor incondicional e sacrificial por nós, e a testemunhar de forma vibrante e intensa a respeito desse amor como os ousados apóstolos que não se calavam dizendo: “Pois não podemos deixar de falar do que vimos e ouvimos” (At 4.20).
Somente a Deus toda a glória!

*pastor e missionário presbiteriano