Conferimos recentemente, em diversos jornais do país, informações sobre a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referente à queda da taxa de analfabetismo do país, que de 8,7% em 2012 passou para 8,5% em 2013. Devemos comemorar este resultado? Ainda não. Há muitas barreiras a serem vencidas.
A educação acontece em nossas vidas desde o nascimento. Observamos tudo ao nosso redor nos primeiros segundos e, passados alguns meses, damos início às imitações. Primeiro seguimos os passos dos pais, as pessoas mais próximas; posteriormente copiamos as ações dos irmãos, que nem sempre acertam e muitas vezes insistem em pregar “peças”; após a inserção na escola, aprendemos (e também ensinamos) com todos ao nosso redor: professores, alunos, amigos e colegas.
Ao longo desse processo acontece a formação do caráter e da educação, ambas essenciais ao desenvolvimento do espírito de cidadania e responsáveis pelo discernimento entre certo e errado. No entanto, o problema é que muitas vezes, devido à cultura pessoal, a educação é considerada secundária por diversas famílias brasileiras – e enxergamos esse cenário como fato, tendo como base pesquisas realizadas em institutos de confiança, como o próprio IBGE.
Ok! Falamos sobre as deficiências, mas esta postura não é suficiente para mudar o Brasil. Trabalhamos, urgentemente, com o intuito de encontrar soluções. Precisamos, para consolidar a base da pirâmide educacional, vislumbrar no Brasil países como Austrália, Noruega, Estados Unidos, Holanda e muitos outros que enxergam o ensino como um dos principais pilares para a formação do ser humano. Tomar bons exemplos e aprender com eles é o início de passos largos.
Por que tanto atraso? Muitos devem se questionar. Se voltarmos à história, lembramos que o zelo com a educação tomou o universo da política nos anos 30, período em que foi criado o Ministério da Educação. Na época, muitos países já estavam anos a nossa frente. Desde então, trabalhos focados no segmento ganharam força.
Atualmente, a perspectiva é positiva. Há muitas realizações em andamento em prol da população interessada em aprender. A União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), por exemplo, realiza constantes pesquisas a fim de mensurar a qualidade do ensino brasileiro. Material didático, idade ideal, inclusão social e diversos outros temas são pautados pelo órgão a fim de, posteriormente, traçar planos de melhorias.
Nós educadores lutamos diariamente para consolidar um ensino de qualidade, essencial para o desenvolvimento de nosso país de uma forma sólida. Esta luta precisa ser da sociedade também; por isso, ações diárias e contínuas do cidadão brasileiro são fundamentais.
Somente juntos podemos ultrapassar os limites educacionais de um país que engatinha na articulação dos seus entes federados e de sua sociedade. Desta forma, podemos voltar a ter esperança de um futuro melhor para nosso país.
*Secretária de Educação do Guarujá, presidente da Undime-SP e conselheira Estadual de Educação de São Paulo