Andreza Mariano Alves de Lima, Jesiane Betirnardi Silva e Mery Helen Parizotto*
Maria Bernadete dos Santos Torres**
Atualmente busca-se uma maior percepção acerca das reflexões sobre a inclusão de pessoas deficiêntes na rede regular de ensino, objetivando os avanços e os obstáculos encontrados na qualidade do ensino destinado aos alunos deficiêntes em suas diversas especificidades, podendo assim compreender melhor as limitações que o profissional se depara na aplicação de seu projeto pedagógico, vislumbrando além do trabalho prático, os sentimentos envoltos no seu agir profissional e as possivéis formas de superação de tais obstáculos.
Nessa perspectiva é necessário primeiramente entender a trajetória da família no contexto histórico, desmistificando o pensamento de que ela e a escola são campos desligados um do outro, pois é no ambito famíliar que encontramos o primeiro campo de sociabilização das crianças, sendo que é esta a fonte para se obter resolutividades nas questões prioritárias do desenvolvimento humano, necessitando assim um olhar crítico reflexivo da família dentro das políticas públicas. Apartir do momento que se obtem esse olhar crítico também inicia a ampliação dos trabalhos direcionados á família da pessoa com deficiência.
Tais expectativas podem influenciar no cotidiano familiar quando nos deparamos com família onde um dos seus membros possui uma determinada limitação, neste caso a família como um todo irá se adequar para que todos possam articular neste meio, levando em consideração que a pessoa com deficiência não deve ser vista como incapaz, mas deve-se compreender sua diferença e estimular a superação de tal. Quando esse movimento se solidifica no âmbito familiar, a criança terá mais estímulos para atuar nos demais ambientes encontrados em seu território, tornando-se mais fácil a apreensão dos conteúdos a ela oferecidos.
Apartir do reconhecimento das políticas públicas para o atendimento da pessoa com deficiência e de sua família, os agentes sócio-jurídicos tem avançado frente a consolidação da garantia dos direitos, levando em consideração que um dos marcos foi a Lei nº7.853/89, que traz dentre outros assuntos o apoio às pessoas com deficiência, visando sua integração social, e após o decreto nº 3.298/99 vindo para regulamentar a Lei supra citada, criando agora a Política Nacional para a Integração da Pessoa com Deficiência, consolidando suas normas de proteção.
No âmbito educacional a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394/96), se fez como braço na busca da garantia dos direitos á pessoa com deficiência, pois cita em seu decorrer que a educação não oferecerá apenas os serviços á essa categoria, mas atuará de maneira á atender as especificidades; e ainda faz crédito aos processos formativos que se desenvolvem na vida familiar e na convivência humana, diante sua totalidade. Assim, o sistema educacional deixa de ser apenas um agente fixo transmissor de conhecimentos didáticos básicos e passa a ser promotor da cidadania vinculando a prática profissional ao seu contexto sócio-histórico, compreendendo que a inclusão social e escolar deve ser criada e recriada cotidianamente, articulando força com o trabalho intersetorial, promovendo a inserção social de todos os indivíduos.
Atualmente nota-se que a teoria e a prática vêm se comunicando e se moldando um frente ao outro, percebendo os avanços do sistema educacional nas estruturas físicas das entidades escolares e nos materias didáticos/pedagógicos, onde as escolas dispõe de esforços para que a acessibilidade seja comum a todos, contudo isso ainda não é suficiente para oferecer aulas eficazes, é necessário capacitações e cursos para o aperfeiçoamento profissional, de forma que o trabalho seja próprio para articular as características descobertas dentro de uma sala de aula.
Ainda é necessário executar uma maior disseminação da importância de se incluir as pessoas com deficiência, pois as famílias ainda possuem o receio de expor seus filhos a discriminação dos demais, por outro lado através de um trabalho especializado incentivando a confiança no serviço de forma que a família sinta-se segura no trabalho do sistema educacional, assim se desenvolverá um acolhimento especializado e direcionado para o atendimento próprio do educando em questão, articulando os saberes didáticos da escola com os conhecimentos de superação encontrados nas vivências familiares, e assim o vínculo de confiança e participação de ambos permitirá o melhor desenvolvimento psicossocial da pessoa com deficiência.
Portanto, podemos entender que a educação inclusiva esta em construção, buscando práticas educacionais melhores com intuito de qualificar a todos sem discriminação, trabalhando a sensibilidade e a prática diária para que assim o aluno se mostre capaz na sua construção individual e com respaldo para sua atuação em sociedade, não visto como “mais uma pessoa com deficiência”, mas como um ser social, digno de direitos iguais dedicados a todos.
*Discentes do curso de Serviço Social da Unifadra
**Professora/ Orientadora