Produções internacionais e 50 filmes brasileiros que celebram a diversidade, além de teatro e música, compõem a 22ª edição do Festival Mix Brasil, que começa na próxima quinta-feira (13), na capital paulista. Parte da programação é gratuita. Nas atividades pagas, gays, lésbicas e simpatizantes têm direito a meia-entrada. “Eu acho super pertinente a gente fazer algumas brincadeiras e, principalmente, mostrar coisas novas”, comenta o curador João Federici sobre a proposta.
O festival premia há 15 anos curta-metragens. Com o crescimento do número de produções e aumento no número de inscrições, neste ano, também será oferecido o Coelho de Ouro a um longa-metragem. “Este ano foi surpreendente para nós em relação às inscrições. Já vinha crescendo bastante a produção, principalmente nacional, e este ano tivemos mais de 300 filmes inscritos”, ressaltou Federici.
Apesar de o festival dar prioridade a produções que ainda não estão no circuito comercial, o Mix vai abrir espaço para o longa Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, indicado pelo Ministério da Cultura para concorrer ao Oscar de 2015. “O diretor Daniel Ribeiro saiu de dentro do festival onde apresentava os curtas”, destacou o curador, exemplificando como cineastas que antes apareciam na mostra com produções menores têm voltado ao festival com filmes de longa e média-metragem.
“Eu acho que a gente está caminhando para uma cinematografia mais madura. Os documentários estão ficando excelentes”, enfatizou Federici. Um desses filmes é o longaCastanha que conta a história de um ator de 52 anos que vive com sua mãe idosa. O protagonista se divide entre o trabalho noturno, como transformista em bares gays, e pequenas participações em peças de teatro infantis e programas de televisão.
A trajetória da cantora Cássia Eller é tema de outro documentário que também é destaque na programação. “Os filmes, em sua maioria, têm uma questão muito jovem porque dialogar com a juventude de hoje sobre a questão da orientação sexual, da tolerância, do respeito é muito importante”, ressaltou o curador.
Além das atrações cinematográficas, há uma programação de teatro e música. Um dos espetáculos que Federici “indicaria para as pessoas assistirem” é Macaquinhos. “Mas, tem pessoas que saem da sala”, ponderou o curador antes de explicar o conteúdo da performance. “É uma questão de buscar no outro o seu próprio cheiro. Eles ficam nus e buscam no outro o seu semelhante”, conta.
A programação completa pode ser vista na página do festival.