O grupo de taikô de Dracena Seishin Daiko, fundado em 15 de janeiro de 2011, apesar de ser um dos mais novos do Brasil, já se destaca em várias apresentações por todo o Estado. Atualmente, o grupo conta com 35 membros (25 veteranos e 10 novatos) com predominância de crianças e adolescentes, que se revezam nas mais diversas apresentações em eventos e festivais por toda a região. Para eles, essa cultura vai muito além de uma apresentação musical. O taikô é disciplina, amizade e dedicação.
O taikô revela parte da cultura japonesa que se espalhou pelo Brasil desde a chegada dos imigrantes ao País. É um instrumento de percussão, tocado com a mão ou com o uso de uma baqueta, mas sempre exige do músico a habilidade rítmica e o preparo físico para sustentar batidas homogêneas e obter som satisfatório.
As apresentações de taikô consistem de muitos componentes, como ritmo técnico, forma, roupas e instrumentação. Além dos tambores, muitos grupos usam as vozes e instrumentos de corda ou de sopro como acompanhamento. Todos os registros comprovam que o taikô está presente na história da música japonesa há quase 1.500 anos.
Segundo o líder Leandro Kenji Miyaguchi, responsável por instruir e motivar o grupo, em cada apresentação deve ser observado o desempenho corporal, a expressão facial e demais movimentos que representam o encorajamento recíproco. Além disso, Miyaguchi ainda explicou que a arte milenar cultiva os bons valores dentro do grupo e preserva a cultura oriental.
Em ensaio com o grupo na Associação Dracenense de Esporte e Cultura (Adec), o líder falou sobre os principais instrumentos do taikô, que chamam atenção pelos seus tamanhos e revela parte da cultura nipônica que se espalhou pelo Brasil.
O maior deles é chamado de odaikô. Todo tambor de taikô com mais de 84 cm é considerado um odaikô. É o que emite o som mais grave devido ao seu tamanho. Ele pode ser tocado por um ou dois instrumentistas. Em português, a palavra significa grande tambor.
O okedo daikô é o tambor de tamanho médio. É o modelo mais comum utilizado pelos grupos de taikô. Por não ser tão grande como o odaiko, por exemplo, é mais fácil de ser transportado. Em média possui 50 cm de diâmetro. Em português a palavra significa tambor com corpo de barril.
O shime daikô é o menor dos tambores e produz o som mais agudo. Pode ser tocado em pé ou sentado, com o instrumento entre as pernas. Têm aproximadamente 15 cm de diâmetro e é tocado com batidas rápidas e leves. Em português significa tambor de aperto.
Para os japoneses, não há outro instrumento além do taikô que cause tanta comoção. Em Dracena, Paulo Nakazato, Hideki Okamoto e Tatsuo Aizawa impulsionaram o taikô no município, fazendo do Seishin Daiko o primeiro grupo do município e da microrregião de Dracena. Seishin Daiko significa coração puro. Em maio do ano que vem, a cidade deverá sediar o Campeonato Regional do Oeste Paulista com premiação para os melhores grupos de taikô.