Não é de hoje que a população dracenense se mostra preocupada com a aparição frequente de escorpiões na cidade. A chegada do verão com o calor e as chuvas constantes faz com que esses animais apareçam em maior quantidade em terrenos, lotes baldios e até mesmo dentro das residências.
Parte da população cobra soluções do poder público, porém a população deve fazer a sua parte e eliminar os materiais que podem servir de habitat para o escorpião, mantendo a higiene do local.
Até a última segunda-feira, 22, a Vigilância Epidemiológica (VE) registrou 242 notificações desde o início do ano, em Dracena.
Os moradores têm ligado ou comparecido pessoalmente até a sede da VE para registrar suas queixas. Assim que o órgão é informado, uma equipe de funcionários treinados se desloca até o local para realizar vistoria no domicílio notificado e em seus arredores, sejam casas, lotes ou construções. Além da vistoria, os funcionários oferecem orientação aos moradores comunicando sobre possíveis locais de esconderijo do animal.
Telhas, tijolos, madeiras devem ser retirados do chão ou se possível, serem descartados. Muros com chapiscos, pisos ou azulejos soltos e casas sem reboque também são esconderijos perfeitos para o escorpião. Ralos internos e externos devem ser cobertos, pois também servem de abrigos para esses animais. Deve-se evitar que cortinas, capas de sofá e colchas de cama se arrastem ao chão, para dificultar o acesso do escorpião a esses locais, além de vedar frestas, vãos e buracos. Usar telas de proteção e manter o quintal sempre limpo e com a grama aparada também é importante para manter o perigo afastado.
A subchefe de Informação, Educação e Comunicação (I.E.C.) da Vigilância Epidemiológica, Aline Andrade, informou que o Ministério da Saúde não possui um veneno preconizado para combater esses animais peçonhentos, como existe atualmente para mosquitos da dengue ou da leishmaniose.
Para tentar eliminar o problema, alguns moradores optam por criar galinhas, inimigo natural do escorpião. Contudo, Aline avisou que a criação desses animais não é tão eficaz para extingui-los, uma vez que o escorpião costuma surgir no período da noite e aves possuem hábitos diurnos. Aline ainda disse que após as chuvas, os moradores devem ficar ainda mais atentos porque os escorpiões tendem a aparecer dentro das residências, já que seus esconderijos ficam molhados e eles saem à procura de locais secos para se abrigar procurando vãos dentro de residências.
A subchefe confirmou que inseticidas comuns – podem ser adquiridos em supermercados – além de removedores e querosenes, também contribuem com a prevenção do escorpião, visto que, o odor desses produtos ajuda a afastar esses animais. “O veneno não mata o escorpião, mas exterminam formigas, cupins e baratas, principais fontes de alimentação desse aracnídeo”, contou Aline.
Até o momento, felizmente Dracena não contabilizou casos de morte. “Antigamente, a maioria das notificações era registrada no bairro das Palmeiras, entretanto, atualmente há reclamações em várias áreas da cidade”. A subchefe citou que é bem provável que grande parte desses animais peçonhentos estaria aparecendo no momento do descarregamento de telhas e tijolos das cerâmicas de Panorama.
É importante ressaltar que em 57% dos incidentes, as partes do corpo atingidas por picadas são as mãos e em quase 18% os pés. Isso nos direciona a entender as causas dos acidentes, que ocorrem principalmente no contato com locais de esconderijo de escorpiões, como entulhos, frestas, armários e sapatos. Ameaçados, os animais picam para se defender.
A população deve denunciar à VE áreas com terrenos abandonados, com muita sujeira, entulho e mato alto. Mesmo tomando todas as precauções, é necessário tomar um maior cuidado em locais escuros e úmidos para evitar a picada. Segundo Aline, sacudir as roupas camisas, calças e sapatos antes de calçar ajuda a diminuir o risco. “O indivíduo que for picado por um escorpião deve ser levado imediatamente até o Pronto Atendimento Municipal para receber o tratamento adequado”, finalizou Aline.
SINTOMAS – Embora existam inúmeras espécies desses animais, nem todas possuem um veneno tóxico o bastante para causar acidentes graves com sua picada. Após a picada, os sintomas são dor intensa, sensação de ardência ou agulhadas e inflamação no local. Nos casos mais graves, pode acarretar aumento da frequência cardíaca, suores, enjoos, dificuldade para respirar e até mesmo queda de pressão. Geralmente, as crianças ficam inquietas e apresentam movimentos descoordenados.
SERVIÇO – A Vigilância Epidemiológica está situada à avenida dos Expedicionários n.º 1.864. Informações e denúncias também podem ser feitas pelo telefone (18) 3822-2621.