Um acidente está prestes a ocorrer entre jatos militares da Rússia e aviões comerciais no espaço aéreo do Mar Báltico, alertam autoridades dos países nórdicos. Pela segunda vez, na última sexta-feira (12), um avião de passageiros que deixou o Aeroporto de Copenhague, na Dinamarca, passou perto de colidir com um avião da inteligência militar russa.
A aeronave russa voava com o transponder desligado, o que dificultava a sua visualização pelo centro de controle aéreo. Mesmo assim, foi possível identificá-la, e o avião comercial, da companhia aérea Scandinavian Airlines, teve que mudar o curso para evitar uma colisão.
No sábado (13), o ministro da Segurança da Suécia, Peter Hultqvist, reagiu à constante atividade russa no espaço aéreo do Mar Báltico. Ele disse a repórteres que se trata de “uma situação muito séria, já que há risco de acidentes que podem levar a mortes”.
O porta-voz do ministro da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, disse à agência de notícias Tass que a Rússia está conduzindo exercícios com aviões de guerra em espaço aéreo internacional, “em concordância com as normas e práticas internacionais”.
Ele declarou que a aeronave russa estava a uma distância de 70 quilômetros da rota do avião de passageiros e que não havia risco de colisão. Konashenkov confirmou que o transponder da aeronave estava desligado e acrescentou que essa é uma prática comum em aviões militares de países ocidentais que voam em espaço aéreo próximo às fronteiras da Rússia.
Este não é o primeiro incidente envolvendo aeronaves militares russas na região. No início deste mês, um avião norueguês quase colidiu com um jato russo, mas conseguiu desviar a 20 metros de distância.
Em junho, jatos militares russos equipados com mísseis fizeram um ataque simulado em baixa altitude à ilha dinamarquesa de Bornholm. Em março, um avião comercial passou a 100 metros de uma aeronave de guerra russa, logo após decolar do Aeroporto de Copenhague.
O ministro da Defesa da Dinamarca, Nicolai Wammen, declarou que é “perigoso e desnecessário” que aviões russos voem tão próximo do espaço aéreo dinamarquês. “A segurança dos passageiros tem que estar em primeiro lugar. A Rússia precisa respeitar isso”, disse ele.
Há registros de que aeronaves russas violaram o espaço aéreo da Suécia, Dinamarca, Finlândia e Estônia este ano.