No decorrer deste ano, gastos com ensino tiveram alta de 8,29%, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o índice oficial de inflação). A educação infantil foi a mais afetada: 11,95% de aumento nos 12 meses até outubro. Em seguida vem o ensino fundamental, com alta de 11,01%, e o ensino médio, com avanço de 10,47%. Cursos extracurriculares aumentaram 8,09% no mesmo período.
Uniformes (7,18%) e gastos extras com leitura (7,50%) também subiram mais que a inflação, que no período foi de 6,75%.
Agora é a vez do material escolar: o Sindipel (Sindicato das Livrarias e Papelarias do Distrito Federal) alerta que a lista de material escolar ficará 8% mais cara em 2015.
A alta da inflação e a oscilação do dólar são, segundo o Sindipel, os responsáveis pelo encarecimento dos gastos do ensino, mas a ABFIAE (Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares) responsabiliza principalmente a tributação excessiva desses artigos no País.
Pelas contas do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), as canetas, por exemplo, têm 47% de taxas embutidas. Apontador e borracha escolar têm alíquota de 43%, enquanto caderno e lápis são taxados em 35%.
Além disso, tem a variação de preços de marcas diferentes e de lojas diferentes. Em janeiro de 2014, a Fundação Procon detectou diferença de 550% no preço dos itens da lista em lojas físicas diferentes. Na época, a economia em lojas virtuais chegou a R$ 1.000 para uma lista de material padrão.
Além da importância da pesquisa de preços, outros cuidados podem ser tomados para economizar. Reaproveitar alguns itens como tesoura, régua, pincel e estojo é a primeira providência a ser tomada. Já tire da lista o que ainda está em condições de uso.
Verifique cuidadosamente a lista e desconfie dos excessos. As escolas não podem pedir itens de uso coletivo, como papel higiênico, álcool, fita adesiva ou copos descartáveis, por exemplo, nem especificar marcas ou lojas, exceto para os livros adotados. Em caso de dúvidas, recorra a órgãos de proteção ao consumidor, como o Procon.
Compras no atacado podem representar uma economia média de 30%. Em casos como borracha e apontador, os preços podem cair até 90%.
Editoras de livros pedagógicos também dão descontos para compras em quantidade geralmente superior a 20 unidades. Assim, organize com outros pais uma compra coletiva. E compare com eles preços encontrados.
Não caia na armadilha de levar crianças na hora da compra. O sofrimento para pais e filhos será quase inevitável, pois o material faz parte de um misto de obrigação e satisfação para a criançada. Além de representar status, muitas vezes dá a satisfação de um brinquedo novo, e o que agrada a moçadinha pode arruinar o orçamento.
Se não houver saída, a conversa pode ser a solução: antes de saírem de casa, explique ao pequeno estudante os limites do orçamento. Negociar também ajuda: ofereça um dos itens do personagem desejado, mas não a coleção toda.
Se conseguir antecipar a compra da lista para dezembro, melhor: os preços estão mais baixos pela pouca procura. E ainda não tem o aumento de 8% previsto. (Fonte:  Folha de S. Paulo Online).