A reportagem recebeu ligações ontem, 16, de famílias que tiveram problemas relacionados ao transporte da UTI Móvel da Santa Casa de Dracena nos últimos dias. Na edição de ontem, 16, o Jornal Regional trouxe matéria sobre caso ocorrido com uma dracenense no último sábado, 13. A gestante de 32 anos, grávida de sete meses procurou seu obstetra em Tupi Paulista após sentir fortes contrações. Por volta das 8h, o médico constatou que a paciente já entrava em trabalho de parto e que deveria ser transferida imediatamente para um hospital em Presidente Prudente, já que mãe e bebê corriam risco de vida. O médico e a família entraram em contato com a Santa Casa de Dracena para que a UTI Móvel fosse preparada para a transferência. Entretanto, somente às 10h30 – após contato dos familiares com várias autoridades municipais – uma ambulância comum da Prefeitura chegou ao consultório do médico para transportar à gestante.
Nas queixas apresentadas em relação à falta do transporte citaram o nome do médico pediatra Antonio Pivetta Fernandes. A reportagem entrou em contato com ele para checar se realmente haviam ocorrido os problemas citados.
Dr. Pivetta colocou que a UTI Móvel no dia 8 de dezembro (feriado municipal) necessitou acompanhar bebês gêmeos recém-nascidos em Dracena para um hospital em Marília, porém o serviço de transporte das crianças além de ter demorado sete horas e meia para ocorrer se deu em ambulância comum. Ele explicou que os gêmeos nasceram às 9h em Dracena e foi acionado pela Santa Casa local às 19h30 para auxiliar no acompanhamento deles para Marília. “Estava em viagem e comuniquei a Santa Casa que ao chegar à cidade se tudo corresse bem levaria os bebês. Quando foi às 20h30 saímos daqui de Dracena os levando em uma ambulância comum, por sinal muito antiga do tempo em que José Cláudio Grando foi prefeito”. Dr. Pivetta prosseguiu explicando que o hospital em Marília havia conseguido duas vagas para os gêmeos às 13h, mas a transferência só foi possível fazer à noite, porque a Santa Casa de Dracena não conseguia um médico para acompanhar o transporte.
Outra queixa checada com o médico pediatra foi com relação a uma gestante moradora de Panorama que segundo ele, encontrava-se com aborto retido e uma importante infecção, no dia 12 para a madrugada do dia 13. Ela foi encaminhada para Presidente Prudente e também não pôde utilizar a UTI Móvel sendo em uma ambulância comum. “Neste dia fui contatado por um colega de profissão me solicitando para acompanhar a paciente e então novamente fiz o serviço a acompanhando mesmo que em uma ambulância simples”.
Dr. Pivetta salientou que o transporte de um paciente em ambulância UTI torna-se imprescindível quando o mesmo encontra-se incubado, porém ao transportar um paciente de uma unidade de saúde para outra dependendo da situação é necessária a presença do médico.
“Ao receber a UTI Móvel, a Santa Casa de Dracena deveria manter uma equipe preparada para realizar o acompanhamento dos pacientes, para não correr o risco que vem correndo de ter dificuldade em encontrar médicos no momento decisivo do transporte”.
Dr. Pivetta afirmou que muitas vezes já houve pacientes que tiveram que aguardar por até 12 horas para serem transferidos para outro hospital, devido a não localização de médicos no momento certo. Ele citou que enquanto isso as vagas nos outros centros estão em aberto aguardando a chegada dos pacientes daqui, por exemplo. E alertou: “a demora na espera é perigosa muitas vezes, porque é tempo de vida que está se perdendo, sem falar em casos que podem resultar em sequelas”.
Outro problema citado pelo médico com relação à Santa Casa é sobre a queixa da administração em falta de médicos. Para ele, falta o profissional porque o hospital não quer pagar o que vale. Ainda afirmou que em alguns setores como a maternidade, berçário e até mesmo o centro cirúrgico vem apresentando inundações em dia de chuvas.
ASSISTÊNCIA TÉCNICA – A reportagem fez contato com a empresa Aoki para checar informações sobre a UTI Móvel. Conforme informou um funcionário da empresa, antes do dia 9 de dezembro, a Santa Casa havia agendado assistência para o veículo sobre questões relacionadas ao ar-condicionado, porém no domingo, dia 7, funcionário do hospital ligou para a Aoki informando que a ambulância havia apresentado problema elétrico. Na segunda-feira, dia 8 de dezembro, era feriado pelo aniversário de Dracena, com isso, foi agendado o serviço na assistência para a terça-feira, dia 9. No dia 10, a ambulância deixou a assistência e neste sábado, dia 13, por volta das 9h ligaram da Santa Casa a Aoki dando conta novamente sobre nova ocorrência do problema elétrico. Até ontem, 16, por volta das 13 horas, a UTI Móvel estava na oficina e segundo informações da Aoki, a previsão de saída do veículo é para as próximas quinta e sexta-feira, 19. Segundo funcionário da Aoki os equipamentos da UTI Móvel são de última geração.