Está preso por acusação de homicídio doloso o jovem W.B.R., 24 anos, morador no Jardim Primavera em Tupi Paulista. Na manhã de domingo, 21, após sair do Baile do Hawai na ABD, em estado de embriaguez, dirigindo um Gol pela rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294), com destino a cidade onde reside, W.B.R. envolveu-se em colisão, resultando em uma vítima fatal e outra ferida. O carro dele bateu de frente com um Renault Duster, 2014, prata, de Osasco, dirigido por uma médica nas proximidades do antigo Posto Carreteiro, em trecho de pista reta com três faixas e ampla visibilidade.
No acidente morreu Maria de Lurdes Pires Tolentino, 82 anos, moradora de Osasco, mãe da condutora do Renault Duster.
Segundo informações, as duas retornavam de Panorama onde estavam desde sexta-feira e tinham o costume de passear.
A médica D.P.T.P., de 55 anos, que dirigia o Renault foi socorrida pelo Resgate ao PAM e permaneceu internada na Santa Casa de Dracena para exames até a manhã de ontem.
O filho dela que veio de Osasco junto com o pai dele, disse no domingo, 22, à noite, que a mãe estava com quadro clínico estável.
O FLAGRANTE – A delegada Maria Ângela Tófano Rodrigues que estava de plantão disse que após análise completa do acidente, entendeu que o motorista do Gol que causou o acidente estava dirigindo sob influência do álcool, constatado isso através do teste do bafômetro. Além disso, a condutora do Renault afirmou que percebeu o motorista autuado dirigindo o Gol na contra mão de direção, por cerca de mil metros, e ela acreditou que ele fosse perceber o carro dela, porém não foi o que ocorreu.
Ela percebendo ele na contra mão tentou derivar à esquerda da pista, mas não teve sorte e o Gol bateu quase que frontalmente com o veículo onde estava à idosa e a mãe dela, como passageira. “Conjugando o estado de embriaguez e a longo percurso na contra mão de direção (cerca de mil metros), então entendi que ele agiu no dolo eventual e o autuei tipificando a conduta como homicídio doloso, previsto no Código Penal”, disse a delegada.
Maria Ângela Tófano Rodrigues explicou ainda que decidiu autuar o motorista não por homicídio culposo, de acordo com o artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro, nos casos de mortes no trânsito e explicou a decisão. “Por entender que embora o motorista do Gol não quisesse esse resultado (o acidente), assumiu o risco de produzi-lo. Se estava sob a influência do álcool, não poderia ter pegado uma rodovia, sabendo que poderia expor a risco a vida de vários usuários. Ele fez dessa maneira e trafegou um quilômetro na contra mão de direção, porque estaria dormindo ou o álcool teve uma influência superior, mas acredito na conjugação de todos esses elementos e por isso entendi que ele agiu com dolo eventual, assumiu o risco de produzir o resultado lesivo e danoso nessa proporção”.
A delegada Maria Ângela e equipe da Polícia Civil de Plantão e a Polícia Rodoviária trabalharam até o período noturno neste flagrante. “Sempre que alguma ocorrência envolve morte, além de termos que lidar com o aspecto profissional, criminal e os atos de polícia judiciária, temos que lidar com o lado emocional das pessoas envolvidas, já que de um lado esta quem perdeu um ente querido e de outro uma família em desespero porque sente a prisão de seu ente querido também, e tudo isso movimenta a nossa equipe de uma forma mais humanitária”, disse a delegada.
Maria Ângela agradeceu o empenho da Polícias Militar Rodoviária que atendeu a ocorrência na rodovia e a Polícia Militar de Dracena que prestou uma colaboração de grande valor, ficando no Plantão Central ajudando a equipe da Polícia Civil e depois encaminhando o preso ao PAM para ser novamente medicado. Ele sentia dores no abdômen.
O motorista W.B.R. foi encaminhado ontem, 22, de manhã, ao Centro de Detenção Provisória de Caiuá (CDP) onde vai aguardar a manifestação da Justiça no caso. O jovem motorista autuado assoprou o bafômetro que atestou índice de 0,65 mg/l, confirmando a embriaguez.
VERSÃO DO MOTORISTA AUTUADO – W.B.R, em depoimento a delegada Maria Ângela, acompanhado de um advogado, disse que veio a Dracena participar do Baile do Hawai na ABD, e ingeriu de três a quatro copos de cervejas, que não foram o suficiente para se embriagar. Às 6h30 pegou o veículo em condições de dirigir e com segurança e fazia o trajeto pela rodovia com velocidade compatível.
Afirmou ainda que não se recordava o que deu causa ao acidente, acreditando porém que foi em razão do cansaço físico já que havia trabalhado todo o dia. W.B.R. ressaltou a delegada, que dormiu na direção do veículo e isso pode ter causado o acidente. Ele explicou que não percebeu em momento algum que transitava na contra mão de direção e que nunca esteve envolvido com outro tipo de veículo.
O corpo de Maria de Lurdes Pires Tolentino foi levado para Osasco onde após o velório seria cremado.