Em clima de comoção, dois dos cartunistas da “Charlie Hebdo” tiveram seus funerais realizados nesta quinta (15) em Paris. Além de Wolinski e Tignous, a colunista Elsa Cayat, o economista e sub-editor Bernard Maris e o policial Franck Brinsolaro, responsável pela segurança do jornal, também foram enterrados na quinta.
O chargista Tignous foi velado em uma cerimônia no subúrbio de Montreuil, antes de seu enterro no tradicional cemitério Père-Lachaise, mesmo local onde o corpo de Wolinski foi cremado em uma cerimônia no final da manhã. As cinzas do veterano cartunista serão levadas a Montparnasse.
Jean Cabu foi enterrado em uma cerimônia privada na quarta-feira (14), em sua cidade natal de Châlons-en-Champagne, no nordeste da França, e na sexta-feira (16) serão enterrados o diretor do jornal, Stéphane Charbonnier, mais conhecido como “Charb”, o chargista Honoré e o revisor Mustapha Ourrad.
Segundo a AFP, o espírito de solidariedade em relação à revista, uma semana depois do massacre na redação, seguia vivo nesta quinta-feira.
O novo número publicado na quarta-feira pelos sobreviventes, com uma charge de Maomé na capa, continuava sendo comercializado, e antes das sete da manhã muitas bancas já haviam vendido todos os seus exemplares.
Na quarta-feira um milhão de exemplares se esgotaram, e o distribuidor, a MLP, esperava entregar mais um milhão nesta quinta-feira e outro na sexta-feira, algo incomum na história da imprensa francesa. A tiragem total do novo número será de cinco milhões.
Também foram encomendados 130.000 exemplares do exterior, que chegarão a partir desta quinta-feira a trinta países.
Graças a doações que chegam de toda parte, às receitas das vendas e às ajudas prometidas pelo governo, o semanário receberá mais de 10 milhões de euros. O que significa um seguro de vida para vários anos e uma nova chance para esta pequena publicação que estava à beira da falência.