Equipe do Jornal Regional percorreu de barco trecho do Rio Paraná até a região do Jupiazinho (a 30 km de Paulicéia) onde flagrou ao menos sete embarcações pescando ilegalmente em pontos de captura de pacu, piapara e paiauçu, espécies cuja pesca é proibida neste período de piracema, que compreende de 1º de novembro a 28 de fevereiro.
Se flagrado pela fiscalização militar, o pescador infrator perde vara, motor e a embarcação, além de pagar multa e responder a processo de crime ambiental na Justiça Federal caso seja pego no Rio Paraná ou na Justiça Estadual para flagrantes nos rios Aguapeí e Peixe.
Segundo a Base Operacional da Polícia Ambiental de Panorama, podem ser capturados apenas o tucunaré, curvina e tilápia.
A reportagem esteve no Jupiazinho por volta das 16h de quinta-feira, 22, horário que pescadores adeptos a este tipo de pesca costumam entrar no rio. Um pescador local explicou que este horário é indicado por ser difícil encontrar a Polícia Ambiental no rio.
Outro pescador com 30 anos de profissão disse ser muito difícil a captura do tucunaré, curvina e tilápia, no local onde as embarcações foram flagradas pescando pelo JR.
O presidente da Colônia de Pescadores Z-15 ‘José More’ e da Associação de Pesca e Aquicultura Lagoa Dourada, Orisvaldo Barreto, acredita que a educação ambiental deve ser aplicada constantemente em sala de aula pelo importante papel de contribuir para a educação ambiental dos jovens em formação.
Barreto avalia ser ineficaz a aplicação de multas se comparado aos benefícios da educação ambiental ensinado nas escolas: “Existe a pesca predatória, mas aos poucos as pessoas estão ficando conscientes da importância de preservar o rio”, disse.
Defendeu também a regionalização da legislação pesqueira no País e a emissão das carteiras profissionais de pesca, duas propostas que na opinião de Orisvaldo pode impedir a povoação desordenada de pescadores profissionais numa só região.
Segundo a Base Operacional da Polícia Ambiental de Panorama, unidade responsável pela fiscalização dos rios Paraná, Peixe e Aguapeí, a polícia tem feito fiscalização embarcada e terrestre.
A reportagem do JR apurou que as embarcações da Polícia Ambiental de Panorama ficaram sem navegar durante um mês devido a problemas na documentação das lanchas e barcos usados na fiscalização. Retornando a normalidade na manhã de quinta-feira, 22, da semana passada.
A Secretaria do Meio Ambiente do estado de São Paulo e a Companhia da Polícia Ambiental de Presidente Prudente responderam por e-mail que as embarcações estão regularizadas, não confirmando a informação de problemas na documentação dos barcos da corporação.