A dracenense esposa de Marcos Martins, piloto do avião do presidenciável Eduardo Campos (PSB), que caiu no ano passado não quis fazer comentários a respeito das investigações da Aeronáutica, sobre o acidente, que apontam falha humana como a causa da tragédia.
Por telefone, a reportagem falou ontem à tarde, com Flávia Tatiane Vargas Martins, que está residindo em Dracena com familiares. Ela disse que a família vai aguardar o resultado definitivo do laudo da perícia para depois falar sobre o assunto.
Flávia relatou que não sabe de onde eles tiraram isso já que o laudo ainda não foi divulgado. “O perito vai divulgar o laudo e entregar primeiro a família; e só depois disso iremos nos manifestar”.
INVESTIGAÇÕES – As investigações da Aeronáutica apontam falha humana como à causa da queda do avião que matou o presidenciável Eduardo Campos, ex-governador do Pernambuco, e os demais ocupantes, durante a campanha eleitoral do ano passado, no dia 13 de agosto, no bairro Boqueirão em Santos.
Segundo a notícia divulgada ontem, o acidente aconteceu por uma sequência de falhas do piloto Marcos Martins, desde a falta de treinamento para aquela aeronave até o uso de ‘atalho’, para acelerar o procedimento de descida.
Martins foi obrigado a abortar o pouso e arremeter bruscamente, operando os aparelhos em desacordo com as recomendações do fabricante do avião e acabando por sofrer o que é tecnicamente descrito como “desorientação espacial”. Isso ocorre quando o piloto perde a referência do avião em relação ao solo, não sabe se está voando para cima, para baixo, em posição normal, de lado ou de ponta cabeça.
A conclusão sobre a “desorientação espacial” foi baseada em informações sobre os últimos segundo do voo, no momento em que o avião embicou num ângulo de 70 graus e em potência máxima, como se estivesse acelerando pensando que estava em movimento de subida, quando na verdade estava voando para baixo, rumo ao solo.
De acordo com a informação publicada no Jornal O Estado de S. Paulo, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, órgão da Aeronáutica (Cenipa), levantou ainda todo o perfil psicológico, pessoal e profissional dos dois pilotos e listou uma sequência de falhas de Marcos Martins, antes e durante o voo.
Os investigadores concluem que Martins não estava treinado para o Cessna 560 XL, uma aeronave sofisticada e nova e nunca tinha passado pelo simulador.
Está registrado também que a relação entre os dois pilotos não era boa, pois já tinham histórico de atritos.
As falhas prévias de preparo técnico e psicológico na cabine de comando foram agravadas por dois fatores contribuintes. O tempo estava fechado e com muita chuva e a pista da base de Santos, curta e entre picos, é considerada difícil mesmo para pilotos experientes e em boas condições de tempo.