A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, encerrou o ano de 2014 com R$ 8,6 bilhões em contratações somente na área de crédito. “É um avanço gigantesco”, disse hoje (30) o presidente da instituição, Glauco Arbix. “Em 2013, nós fechamos com R$ 6,2 bilhões”.
Em 2010, no conjunto de instrumentos financeiros que envolve crédito, subvenção e recursos não reembolsáveis, a Finep investiu cerca de R$ 1,2 bilhão. Em 2014, os investimentos totais estimados são em torno de R$ 12 bilhões, informou. “É um salto muito grande que nós estamos dando”. No período de 2007 a 2010, o total contratado pela Finep foi R$ 9,9 bilhões. Já no período compreendido entre 2011 e 2014, esse número passa para R$ 21,3 bilhões.
O presidente destacou o fato de a Finep ter aumentado o volume de recursos investidos, especialmente no que se refere às liberações na modalidade crédito, em 2014, que atingiram R$ 4,5 bilhões, com aumento de 77% sobre os R$ 2,5 bilhões desembolsados no ano anterior. No mesmo período, o número de projetos contratados subiu de 108 para 147. “Nós praticamente dobramos as nossas liberações em recursos que são colocados diretamente na economia”.
Arbix disse que o ativo total da financiadora também mostrou incremento substancial no ano passado, somando R$ 14,5 bilhões ante R$ 11,5 bilhões, em 2013. Na comparação com os R$ 4,3 bilhões, em 2010, a expansão observada foi 250%.
Com a metodologia implantada pela Finep pelo programa Finep 30 Dias, voltado para empresas, o tempo médio de análise de pedidos de financiamento para projetos de companhias brasileiras diminuiu de 454 dias, em média, para 30 dias. “Ele [projeto] acelerou brutalmente as nossas atividades, tornou mais eficiente e mais rigorosa [a seleção]”. Glauco Arbix disse que atualmente a Finep tem um número elevado de projetos que são rejeitados.
“Para fazer isso, nós tivemos que produzir inteligência nos nossos processos e criamos mais de 80 indicadores de inovação para dar segurança aos nossos analistas”, destacou Arbix. Foram montados um ranking e um rating (avaliação de risco) sobre o grau de inovação dos projetos. Como resultado, a Finep obteve um ganho de produtividade superior a 300%, ampliando de 129 para 389 o número de projetos analisados por ano.
No momento, a Finep está em processo de montagem de um sistema semelhante de análise dos pedidos formulados pelas universidades e centros de pesquisa, denominado Finep 30 Dias Pesquisa. “Nós devemos agora, a partir de março, estar com o sistema operando na sua integralidade”. O tempo de análise para esses projetos, que era de 100 dias, em média, dependendo do instrumento usado, deverá ser diminuído para 30 dias.
De todos os programas operados pela Finep no ano passado, Glauco Arbix disse que o mais bem sucedido foi o Plano Inova Empresa, lançado pela presidenta Dilma Rousseff em março de 2013, com o objetivo de aumentar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento nas empresas. O plano previa dotação de R$ 32,9 bilhões para um período de dois anos. Trata-se de uma iniciativa conjunta da Finep com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Nós tivemos uma demanda agregada em 12 programas do Inova Empresa, [que somou] no total de R$ 98,7 bilhões”.