Desde 1995 lutamos para transformar o sonho dos paulistas em realidade. Inicialmente, com o saudoso Mario Covas, que de tudo nos deu exemplos: da objetividade do engenheiro politécnico, da inteireza de caráter, da sensibilidade do homem público. Governar, ensinou ele, é não deixar ninguém para trás. E assim fizemos. E assim o faremos.
É um dia feliz, este, em que presto homenagem a José Serra, grande governador de São Paulo, homem público ousado, guerreiro incansável desde a juventude. E a Alberto Goldman, cuja vida honra a política e a democracia brasileiras. Quero aqui saudar nosso companheiro de chapa, vice-governador, representando o PSB, o Partido Socialista Brasileiro, esse talento da política que é o Márcio França. Vamos estar juntos, Márcio.
É um dia auspicioso porque aqui estamos nós para, nos próximos quatro anos, seguir fazendo o que sabemos fazer de melhor: lutar pelos sonhos de São Paulo.
Entendemos o recado das urnas. Não fomos premiados. Longe disso: recebemos mais uma missão, justamente daqueles dos quais temos o dever legal de representar.
Os paulistas não veem o passado como uma fotografia estática; querem que usemos a experiência acumulada para inovar, inserir tecnologia aos serviços públicos, emancipar os que mais precisam.
Os paulistas nos elegeram para que façamos a melhor gestão da história. E é isso o que buscaremos fazer, preservando princípios intransigíveis que nos trouxeram até aqui.
São Paulo é a soma e a síntese de todos as origens, de todos os credos, de todos os sonhos, de todos os anseios do país. E esse Brasil, que está no DNA de São Paulo, aprovou mais uma vez um modo de entender a política.
Um modo de enxergar os desafios da vida com clareza, coragem e objetividade. Enfrentando a realidade e fugindo dos falsos dilemas. O falso dilema, por exemplo, do Estado mínimo em oposição ao Estado intervencionista.
Defendemos e praticamos o Estado necessário, aquele que, sem tomar o lugar do indivíduo, tenha eficiência e musculatura necessárias para resgatar a dignidade dos que mais precisam.
O falso dilema do paternalismo que sufoca, em oposição ao liberalismo extremo insensível – dois enganos distantes da dura vida real dos varredores de rua, dos balconistas, das empregadas domésticas, dos operários da construção civil, dos empreendedores, dos profissionais liberais, das mulheres e dos homens do campo e de todos os cidadãos que progridem com trabalho, dignidade, humildade e honestidade.
Não nos enganemos. Vivemos em um país injusto, fruto de fatores históricos e vícios renitentes.
Não há combate à pobreza e às desigualdades sem uma forte ação do Estado. Uma ação que alavanque o potencial dos indivíduos e faça com que exerçam suas cidadanias plenas sem a pretensão de doutriná-los ou tutelá-los.
Não é preciso fraudar a boa fé do povo brasileiro para fazer justiça social. Não é preciso sequestrar a sua esperança para diminuir as desigualdades.
O Brasil não precisa nem de mais nem de menos confronto com o Estado. Precisa é livrar-se da máquina corrupta que insiste em sequestrá-lo.
Os brasileiros de São Paulo querem, isso sim, contribuir, uma vez mais, para elevar o padrão da política brasileira, uma política alicerçada na ética. Temos o dever de dar o exemplo. Prevenir, fiscalizar e punir: não há outra receita para combater a corrupção e o desperdício.
Ser paulista, amigos, é fugir do falso dilema de uma política bruta em oposição a uma política omissa. É compreender que o direito à livre expressão pode e deve conviver com a integridade física e com o direito de ir e vir dos cidadãos.
Ser paulista é enfrentar os desafios com trabalho, união e solidariedade, como estamos enfrentando a pior crise hídrica de nossa história. Aliás, a participação da população no enfrentamento da crise da água comprova que a união é a força de São Paulo.
Ser paulista é saber ouvir críticas, justas ou injustas. Aceitá-las, debatê-las e discordar, se necessário. Sempre compreendendo a relevância civilizatória de uma imprensa livre – sem a nefasta tentação de cooptá-la ou de sufocá-la.
A democracia brasileira tem seus fundamentos consolidados na Constituição de 1988. Querer atropelá-los a pretexto de fazer justiça social implica em praticar novas injustiças. Ao mesmo tempo, a defesa da ordem não deve servir de pretexto para perenizar as brutais desigualdades do Brasil, transformando-as em nossa segunda natureza. Não!
O Brasil pode avançar, e São Paulo tem dado mostras cabais disto, sem ferir os fundamentos do Estado democrático e de direito. O povo paulista tem rejeitado tanto a ilusão do populismo fácil como o reacionarismo que reproduz a desigualdade.
A nossa missão está nas urnas. Os brasileiros de São Paulo repudiam o aparelhamento da máquina pública; consideram repugnante a prática política que transforma o Estado num clube.
O povo paulista — que é, reitero, expressão fiel do povo brasileiro – amadureceu; quer a mudança que sabe ser segura; quer a segurança sem a qual a mudança degenera em desordem; quer construir, como vem construindo, uma nova ordem social que assista aos desvalidos, mas aponte um caminho que os faz senhores do próprio destino.
Para nós, as políticas que servem para combater a pobreza extrema devem servir para libertar os homens, não para fazer deles objetos de uma nova servidão.
Todos nós conhecemos os duros prognósticos para a economia nos próximos anos. O país poderá viver dias difíceis. Mas o discurso fácil do pessimismo só é mais fácil que o discurso do otimismo irresponsável, que também já nos custou muito caro.
Ou todos, incluindo governo e oposição, convergem para recuperar a economia e aprovar as reformas essenciais, ou 2015 será outro ano perdido.
Eu lhes prometo dedicação, inovação e entusiasmo.
Eu lhes prometo trabalho, trabalho, trabalho.
No que depender deste governador, cresceremos mais do que apontam os realistas – porque acredito na força transformadora dos brasileiros que moram em São Paulo.
Mais do que nunca, a máquina administrativa deste Estado estará mobilizada em favor do desenvolvimento. Mais do que nunca, São Paulo será a porta que nos conduz a um futuro de paz, de prosperidade e de justiça.
Há quase 20 anos, iniciamos e temos mantido o tratamento rigoroso das contas públicas. Implantamos programas sociais inovadores e investimos em infraestrutura. Isso tudo sem comprometer, por meio de populismo orçamentário, o desenvolvimento das gerações futuras.
Nossa responsabilidade nos rendeu frutos.
• Investimentos – Nos últimos quatro anos, São Paulo bateu o recorde de investimentos: R$ 74 bilhões.
• Capacidade de Endividamento – Graças à impecável administração fiscal, São Paulo obteve do governo autorização para captar mais empréstimos para investir em transporte público – metrô, trem, monotrilhos e VLT –, saúde, educação. O pacote de novos créditos que São Paulo recebeu é de R$ 18,9 bilhões, o maior da história do Estado.
• PIB – São Paulo tinha, há 20 anos, praticamente o mesmo PIB que a Argentina. Hoje, nosso PIB é quase o dobro do país vizinho: US$ 800 bilhões.
• Mortalidade Infantil – Entre 1995 e 2013, houve uma queda de 57% na taxa de mortalidade infantil.
• Ganho de Vida Médio – Entre 1993 e 2012, a esperança de vida ao nascer da população residente no Estado de São Paulo aumentou mais de seis anos: de 69 anos em 1993 para 75,3 anos em 2012. As mulheres têm expectativa de vida média, hoje, de 80,4 anos.
• Avanço em Segurança – A política de segurança pública de São Paulo é reconhecida como um modelo para o Brasil pelas Nações Unidas e outras entidades. A queda na taxa de homicídios poupou a vida de 93 mil pessoas desde 1999. O Estado que tinha 35 homicídios por 100 mil habitantes/ano, hoje tem 10. Das 100 cidades mais violentas do mundo, 11 estão no Brasil e nenhuma no Estado de São Paulo.
• Educação entre as Três Melhores: A rede estadual paulista, no ensino fundamental em todos os seus ciclos e no ensino médio, ocupa as três melhores posições no país, segundo o Ideb.
• Ensino Técnico e Tecnológico – São Paulo tem a melhor e maior rede estadual de ensino técnico e tecnológico do Brasil. Em 1995, o Estado contava com apenas 8 Fatecs e 99 Etecs. Hoje, temos 63 Faculdades de Tecnologia e 218 Escolas Técnicas.
Parcerias com o Setor Privado:
• Programa de concessão permitiu a São Paulo ter 9 das 10 melhores rodovias do país;
• São Paulo foi pioneiro nas PPPs – Parcerias Público Privadas – com a Linha 4-Amarela do Metrô, em 2006. Com a expertise adquirida, o Estado é hoje líder: são 12 PPPs contratadas, investimento de R$ 33 bilhões. Linha 6 do Metrô, entre São Joaquim, Freguesia do Ó até Brasilândia. Linha 18 do monotrilho, saindo da capital, pela primeira vez, até São Caetano, Santo André e São Bernardo do Campo. A PPP da Furp, para a fabricação de remédios para a cesta básica de medicamentos, em Américo Brasiliense.
A PPP do Rio São Lourenço, plenamente em obras, que trará 6 m³/s a mais de água para a Região Metropolitana. A PPP dos hospitais, que será iniciada agora em janeiro com o novo hospital da mulher em São Paulo, o hospital de São José dos Campos e de Sorocaba. A PPP da Tamoios, a nova autoestrada ligando o Vale do Paraíba até Caraguatatuba e o Litoral Norte. A concessão do Centro de Exposições Imigrantes, que terá um novo pavilhão de convenções, triplicará o pavilhão de exposições e feiras e uma rede hoteleira. Tudo em parceria com a iniciativa privada.
• São Paulo foi o primeiro Estado a adotar o modelo de gestão de equipamentos de saúde e de cultura por Organizações Sociais. Hoje, temos os melhores hospitais e equipamentos culturais, e a gestão por OSs é, sem dúvida, um dos fatores.
• Solidariedade – Aqui comigo, como sempre está, tenho a Lu, minha companheira de toda a vida. Eu, que todos os dias agradeço a Deus por essa bênção maior que Ele me deu, faço hoje um agradecimento público pelo trabalho notável que ela desenvolve no comando do Fundo Social de Solidariedade. Nesse posto, que assumiu pela primeira vez em 2001 e aprendeu muito com Dona Lila Covas, ela criou e coordena projetos de capacitação profissional e geração de renda que já mudaram e continuam a mudar para melhor, concretamente, a vida de milhares de pessoas que mais precisam.
Apenas neste ano, os cursos profissionalizantes de panificação, beleza, moda e construção civil formaram 102.474 pessoas. Como faz a Lu, todos os dias, agradeço também à equipe do Fundo Social de Solidariedade e a todos os parceiros indispensáveis para o sucesso dessa missão de amor e solidariedade. Os frutos e a dimensão desse trabalho me lembram todo dia – é a Lu quem diz isso – que cada um de nós, em equipe, pode transformar o mundo. Sem equipe, não fazemos nada. Por isso, esse grande time aqui de Dorval, Mengalvio, Coutinho, Pelé e Pepe.
Um dos pilares deste governo será o da inovação permanente, sempre a serviço do cidadão. Temos, a nosso favor, um histórico do qual nos orgulhamos.
• Transparência absoluta: Portal da Transparência, Bolsa eletrônica, Indicadores Criminais, Salários dos servidores na internet
• Saúde: Rede Lucy Montoro, AMEs, Rede Hebe Camargo, Icesp, Equipamentos de ponta a serviço dos que mais precisam
• Desburocratização: Poupatempo, Novo Detran
• Ensino: Universidade Virtual – Univesp, Escolas de Tempo integral, bônus para professores, meritocracia
• Transportes: PPP da Linha 4, Monotrilho, VLT, bilhete da integração
• Social: Renda Cidadã, Banco do Povo, Bom Prato
Encerro com palavras do médico e poeta santista Martins Fontes:
“Ser paulista é ser grande no passado
E inda maior nas glórias do presente!
E’ ser a imagem do Brasil sonhado,
E, ao mesmo tempo, do Brasil nascente.”
Muito obrigado.