Nada justifica tirar a vida de uma pessoa, mas também nada justifica ofender os valores que norteiam a vida de alguém. O fato de que “a liberdade de um vai até onde começa a liberdade do outro” é reconhecido por todos que pretendem viver em sociedade.
Nesta vida nada é absoluto, portanto, liberdade absoluta não existe. A revista francesa dedicada ao humor se achou no direito absoluto de ridicularizar divindades de algumas religiões. É claro que muitos seguidores dessas religiões que se sentiram atingidos, ficaram ofendidos. Mas são poucas as religiões que prometem um paraíso na eternidade por atos de bravura. Mas o islamismo promete. Logo, mexer com eles é extremamente perigoso.
Ridicularizar, em público, uma personalidade ofende todos aqueles que a admiram ou respeitam. Não é questão de privar ou não de liberdade o ofensor. É que todo mundo quer ser respeitado, não só na sua pessoa, como também quer respeito a todas as outras.
Fala-se tanto em bullying, promete-se castigo para quem praticá-lo contra outras pessoas e, afinal, o que são essas charges pesadas senão bullyings? Qualquer pessoa, com um mínimo de bom senso, fica constrangida quando vê estampado em revista ou jornal charges ridicularizando personalidades públicas. É algo extremamente desrespeitoso que entristece quem vê.
A revista francesa de humor tinha como alvo as religiões, principalmente o islamismo. Estavam mexendo com fogo e provavelmente iriam se queimar. Só não se esperava uma reação tão violenta. Apesar da consternação geral, o que parece é que esses fatos podem provocar uma convulsão geral que pode não ficar restrita àquela região.
O islamismo é a religião que mais cresce no mundo. Atualmente possui em torno de um bilhão e meio de seguidores. Só no Brasil calcula-se em torno de um milhão e meio. E não existe essa história que se encontra em muitas outras religiões: não ser praticante. Todos eles obedecem às práticas do jejum anual, das cinco orações diárias, da doação de esmolas e outros itens obrigatórios. Muitos deles são fanáticos e não titubeiam em matar ou morrer pela fé. Portanto, ridicularizar ou ofender sua crença não é um bom programa.
Esses acontecimentos de há poucos dias na França pode desencadear uma guerra religiosa que não será boa para ninguém. Talvez fosse mais interessante que, ao invés de tanta gente se unir para execrar os atos muçulmanos, fosse também saudável que se estimulasse os artistas a não zombar das crenças alheias. Afinal, há tantos motivos para se fazer piadas sem ser os religiosos!
Se toda a tragédia se resumir no que já aconteceu já será suficiente para que não se procure exacerbar mais os ânimos. Cada um tem seus direitos que devem ser respeitados por todos como uma forma de convivência pacífica.
Até quarta-feira
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-Dracena-