O empresariado brasileiro está menos motivado a fazer investimentos, como revela um novo indicador usado na Sondagem Industrial, pesquisa divulgada hoje (27) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), cujo índice de intenção de investimento registrou 52 pontos em janeiro, ante os 52,4 pontos obtidos em dezembro de 2014. A queda é bem mais intensa se o resultado é comparado a janeiro do ano passado, quando o índice atingiu a marca de 61,5 pontos.
Esses indicadores variam entre 0 e 100 pontos. Quanto maior o valor do índice, maior é a propensão do empresário a fazer investimentos. As empresas de maior porte são as que manifestaram mais interesse em fazer investimentos, obtendo, nessa escala, 59,9 pontos. As de médio porte registraram 46,7 pontos e as de pequeno porte, 42.
No recorte por setor, os que demonstraram maior interesse em fazer investimentos foram o farmacêutico (75,8 pontos), o de limpeza e perfumaria (65,3) e o de químicos (55,6). Já os mais pessimistas, em termos de investimentos, foram os de couros e artefatos (35,8), de impressão e reprodução (36,6), borracha (39) e de móveis (39,4).
A Sondagem Industrial feita pela CNI revelou queda no índice de evolução da produção em dezembro (38,3 pontos), em relação aos 40,2 pontos registrados em dezembro de 2013. Já o índice relativo ao número de empregados ficou em 44,2 pontos em dezembro de 2014, abaixo, portanto, dos 46,4 pontos registrados em dezembro de 2013. Nesse caso, indicadores abaixo de 50 pontos – em escala que varia de 0 a 100 – caracterizam situação de queda.
Os dados da sondagem revelam ainda que a utilização média da capacidade instalada ficou em 68% – menor percentual para o mês, desde 2011. “Em dezembro de 2013 e de 2014, o percentual estava em 70%”, informou o especialista em Políticas e Indústria da CNI Marcelo Souza Azevedo. Apesar disso, o indicador ficou em 50,5 pontos em 2014 – ligeiramente acima, portanto, da média, indicando que o ajuste de estoques ficou próximo do nível planejado.
A sondagem mostra ainda que as condições financeiras das empresas pioraram no último trimestre do ano passado, conforme indicam o índice sobre a situação financeira (46 pontos) e o índice sobre satisfação com o lucro operacional (40,6 pontos), influenciados pela alta do preço das matérias-primas.
A facilidade de acesso ao crédito também apresentou índice baixo: 36,8 pontos. O cenário constatado pela CNI a partir desses índices demonstra “insatisfação”. A carga tributária é apontada por 59,7% dos entrevistados como o principal problema enfrentado pelo setor empresarial no último trimestre de 2014, seguido da falta de demanda (38,5%).
A sondagem da CNI foi feita entre os dias 5 e 15 de janeiro com 2.186 empresas.