Não é de hoje que a Secretaria Municipal de Saúde pede para que a população se direcione ao Pronto Atendimento Municipal (PAM) somente em casos de urgência e emergência e, os demais casos como os ambulatoriais, de baixa complexidade devem ser conduzidos diretamente nos postos de saúde.
Entretanto, não é bem isso que anda ocorrendo. Desde a primeira semana do ano, em decorrência das fortes temperaturas, o número de atendimento no PAM cresceu cerca de 50% com casos de virose, queda de pressão e principalmente suspeitas de dengue, que poderiam ser resolvidos nas Unidades Básicas de Saúde.
Na tarde de ontem, 19, a reportagem registrou um grande número de pessoas que aguardavam por atendimento no PAM.
Gisela Puga, diretora do Pronto Atendimento, mais uma vez, pede para que esses pacientes procurem os postos de saúde da cidade para que os casos mais graves sejam atendidos com mais rapidez e eficiência. “O PAM não pode fazer papel de ambulatório”, disse Puga.
Segundo a diretora, o abuso ocorre principalmente por parte dos pacientes que estão com suspeita de dengue. Para confirmar essa suspeita, o médico solicita um hemograma que deve ser repetido durante alguns dias. Esse exame deve ser repetido em uma das unidades de saúde, assim como o resultado, mas o paciente insiste em procurar o Pronto Atendimento.
Puga ainda informou que a maioria dos casos de dengue não estão notificados na Vigilância Epidemiológica (VE). Geralmente o próprio PAM deve notificar esses casos à VE, mas com o aumento expressivo de atendimentos, a unidade pede para que cada paciente faça sua notificação. Porém, esses registros estão se perdendo no meio do caminho, já que os pacientes não procuram os postos de saúde para realizar seus exames.
Até ontem, mesmo com o forte calor e poucas chuvas, a VE registrou 48 casos positivos de dengue no município.