Ontem, 20, por volta das 14h30, o Jornal Regional registrou mais uma reclamação de falta de médicos na Santa Casa de Dracena. Talita Keila Alves de Almeida estava desesperada e contatou a reportagem para pedir ajuda para sua irmã, Tatiane Fernanda Alves de Almeida, 19 anos, grávida de nove meses.
Talita disse que após a bolsa de sua irmã estourar, ela procurou o Pronto Atendimento Municipal (PAM) onde foi atendida pelo médico Dennis Mendes. Após examinar a paciente, o plantonista recomendou que ela chamasse a polícia e registrasse um boletim de ocorrência alegando falta de médico especialista no hospital.
Segundo Talita, sua irmã já havia sido atendida com muitas dores no Pronto Atendimento Municipal na noite anterior, mas o médico plantonista a mandou de volta para casa. Na manhã de ontem, 20, por volta das 8h30, a gestante procurou novamente o hospital sentindo contrações e perdendo líquido.
A reportagem tentou contato com a secretária de Saúde, Geni Pereira Lobo Pesin, mas foi atendida pela vice-prefeita Célia Brandani que informou estar por dentro do assunto e que a Secretaria naquele momento estava verificando a possibilidade de transferência da gestante para Presidente Prudente.
O diretor clínico da Santa Casa, Alcides Carlos Bocca, falou à reportagem que é de responsabilidade da Irmandade da Santa Casa fechar as escalas de plantão. “As maternidades de todo o País passam por uma situação complicada. Foram fechadas 14 maternidades no Estado e o governo deixou de aplicar R$ 131 bilhões na Saúde nos últimos anos. Falta profissional na área, mas de qualquer forma eles [hospital] têm que dar andamento nos atendimentos”, contou o diretor.
A reportagem também tentou contato com o provedor da Santa Casa, Altamir Alves dos Santos, e após tentativas, não obteve retorno. Somente às 16h, Verginia Lara Barão, membro da administração da Santa Casa, entrou em contato com o JR para comunicar a internação da gestante. Segundo ela, não havia escala de médico para ontem no período diurno, somente para o período da noite.
Após sete horas de espera, Tatiane Fernanda foi internada às 15h28, e estava sendo acompanhada pela enfermeira obstetra. O parto havia sido agendado para as 17h com o obstetra Fernando Marinho. Porém, até o fechamento desta edição, às 18h, a irmã de Tatiane disse que a gestante aguardava pelo médico no centro cirúrgico para a realização do parto.