Empresária do setor oleiro-cerâmico demitiu 20 funcionários no mês passado e fechou as portas da primeira indústria de Paulicéia, após a empresa contrair endividamento provocado pelos recentes anúncios do Governo Federal.
Na lista de motivos que motivaram o fechamento das portas da Cerâmica Maldonado & Maldonado, além das medidas governistas a exemplo da alta no custo do combustível e energia elétrica, existem também o aumento do custo do empregado e aumento na quantidade de clientes inadimplentes, quem comprou tijolos não estava pagando.
“Nós paramos porque não estávamos conseguindo pagar as contas em dia e tão pouco repassar esses custos na venda do bloco cerâmico. Tínhamos um déficit de R$ 30 mil mês a mês”, disse a empresária Eunice Fortunato Maia Maldonado, arrendatária da cerâmica fechada.
Pelas contas da Incoesp (Cooperativa das Indústrias Cerâmicas do Oeste Paulista), esta é a 28ª cerâmica a encerrar as atividades desde 2009 entre os seis municípios produtores de blocos cerâmicos do polo ceramista representado pela cooperativa.
A Incoesp representa indústrias oleiras estabelecidas nas cidades de Panorama, Regente Feijó, Ouro Verde, Presidente Epitácio, Castilho e Paulicéia. Somente em Panorama, fecharam 22 empresas até 2014.
Para evitar o encerramento das atividades, Eunice tentou diminuir a produção e dispensou parte dos funcionários para equilibrar as contas, mas logo veio a alta da energia elétrica, e daí acabou pondo fim na empresa.
Pesou na decisão de ‘abaixar as portas’ a ação civil pública movida pelo Ministério Público do estado de São Paulo da Comarca de Panorama, que pede a todas as cerâmicas de Panorama e Paulicéia, a eliminação da fumaça preta e regularidade empresarial.
Quanto a esta regularidade, a empresária disse que a cerâmica está com restrições junto à Receita Federal, e para colocar toda essa documentação em ordem cumprindo as demais exigências da Promotoria demandaria de certa quantia em dinheiro, que para ela seria improvável resolver na data estabelecida pela Justiça, em razão da falta de dinheiro.
Como a firma é arrendada, o proprietário da cerâmica abriu mão de fazer reparos exigidos pela Promotoria e resolveu desmanchar a mais antiga indústria da cidade instalada há mais de 30 anos e lotear todo espaço para a construção de residências.
PROCURANDO AJUDA – Para o diretor da Incoesp, Milton Salzedas, a posição da cooperativa será a de reencaminhar os mesmos pedidos reivindicados há tempo pela categoria, o qual chamou de a ‘mesma novela’.
Nos insistentes e numerosos ofícios encaminhados pelo setor oleiro-cerâmico para os governos municipais, estadual e federal, figuram a barreira fiscal imposta pelo estado do Mato Grosso do Sul, a balança 24 horas num único sentido da rodovia Comandante João Ribeiros de Barros (SP-294), no trecho entre Dracena e Junqueirópolis.