Foi aprovado nessa quarta-feira, 25, pelo Conselho Estadual de Educação (CEE) o curso de Medicina da FAI (Faculdades Adamantinenses Integradas) cuja primeira turma egressa já em agosto deste ano.
Na manhã de ontem, 26, a direção geral promoveu uma carreata pelas principais avenidas para comemorar o que já é considerado uma das maiores conquistas para o município.
Adamantina é a primeira cidade da Nova Alta Paulista a oferecer o curso de Medicina. Para o diretor geral da FAI, Marcio Cardim: “Este é um sonho que começou a ser realizado em 2011, quando assumimos a direção da FAI”, disse.
Segundo Cardim, durante os anos de 2011 e 2012, foram realizados estudos de viabilidade para a implantação de Medicina. “Foram muitas reuniões, pesquisas e leituras sobre o assunto, além do levantamento das necessidades da região na área de Saúde”, disse. Conforme informou a reportagem as diretrizes curriculares para o curso de Medicina em 2011 não eram totalmente favoráveis à implantação do curso na época. Porém, com o surgimento do Programa Mais Médicos, do Governo Federal, e da formatação das novas diretrizes elaboradas pelo Conselho Nacional de Educação para a criação de novos cursos de Medicina, o projeto passou a se enquadrar.
Assim, a partir do segundo semestre de 2012, teve início um trabalho direcionado ao levantamento de informações que pudessem subsidiar a construção de um projeto pedagógico para o curso de Medicina da FAI. Desde então foi instituída uma comissão para elaborar o projeto que em novembro do ano passado foi aprovado pela Câmara do Ensino Superior. Em janeiro foi realizada a visita de especialistas às dependências da faculdade que foi o passo mais importante na aprovação.
A princípio será disponibilizado 100 vagas com vestibular a ser realizado em maio. O curso terá inicio em agosto desse ano com duração de 6 anos. A mensalidade ainda não foi definida. “O valor do curso ainda está sendo estudado pela direção juntamente com a diretoria pedagógica e o departamento financeiro. O que podemos adiantar é que a mensalidade estará abaixo dos valores praticados na região, porque a FAI não visa lucros”, revelou.
Conforme o projeto, ao longo do curso será realizado estágio em toda região. A ideia é que os municípios em torno de Adamantina que tenham alguma ação de saúde básica, como posto de saúde e hospital, sejam usados pelos estudantes para estágios de baixa complexidade nos primeiros anos do curso. Já nos últimos anos, que são internato, serão usados as principais unidades que são em Adamantina, Tupã e Mirandópolis. Foi firmado convênio entre a FAI e as prefeituras para permitir a realização dos estágios.
Na concepção do diretor geral, “Com uma faculdade de Medicina, a região verá a qualidade da prestação de serviços na área de Saúde alavancada com o estágio e a residência médica dos alunos do curso em hospitais e Centros de Saúde das cidades circunvizinhas a Adamantina. Num segundo momento, após a formatura das primeiras turmas, assim como aconteceu com a Enfermagem e Odontologia, haverá uma fixação de novos profissionais na região, que é uma das regiões do estado de São Paulo que apresentam os menores números de médicos por habitante.”
A Prefeitura de Adamantina divulgou uma nota na manhã de ontem, 26, “É um dia histórico para Adamantina e região. A vinda do curso de Medicina é uma parceria com a FAI que sempre falamos em nosso plano de governo e poucos acreditaram. Demos total apoio a implantação do curso, uma proposta que nós também defendíamos, tanto que ele só pode ser apresentado ao CEE com a minha assinatura e reconduzimos o Márcio para que ele conduzisse esse processo”.
ESTRUTURA – A FAI garante toda estrutura para receber o novo curso. “Nós já temos um know-how na área de saúde de 30 anos e, com isso, temos laboratórios que foram ampliados e equipados para atender às necessidades do curso de Medicina. A aquisição de material bibliográfico também está sendo providenciada. Durante visita à FAI no mês passado, os técnicos do Conselho Estadual de Educação [CEE-SP] elogiaram a estrutura física e de laboratórios da instituição e disseram que, neste quesito, a FAI está à frente de muitas outras instituições visitadas por eles. A partir do segundo semestre do ano que vem, os alunos da primeira turma já terão aulas práticas em postos de saúde e hospitais parceiros da região”.
ESTUDOS DE VIABILIDADE – Para analisar a viabilidade da implantação do curso de Medicina, foi constituída em agosto de 2013, uma Comissão Pró-Medicina, na FAI, cujos membros identificaram a viabilidade. A comissão debruçou-se na elaboração do projeto pedagógico, contando com a contribuição da pesquisadora professora doutora Ivete Dalben (falecida em agosto de 2014), professora da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu, atuando também como supervisora de alunos de Medicina na rede básica de Saúde daquela cidade.