Sobe para seis o número de mortes por dengue em Marília. Internado no Hospital das Clínicas desde o dia 9 de fevereiro, o metalúrgico Marcelo José da Silva, 45, morreu na noite de quarta-feira (18). O atestado de óbito confirma a dengue como causa principal.
Segundo Maurício Luís da Silva, 51, irmão da vítima, o metalúrgico começou a sentir os sintomas da doença há 15 dias. Preocupado, ele foi até o pronto-atendimento (PA) da zona norte, mas logo em seguida foi encaminhado para o Hospital das Clínicas.
De acordo com os familiares, o principal sintoma que caracterizava a doença era febre alta. Marcelo ficou internado no HC do dia 6 ao dia 9 de fevereiro. No dia em que retornou para casa, após duas horas, passou mal e, novamente, foi levado para o HC.
“No dia em que recebeu alta ele voltou para o hospital, mas dessa vez foi direto para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). O resultado da sorologia demorou três dias para sair e comprovar que era dengue”, afirmou Maurício.
Esta foi a segunda morte por dengue confirmada em 24 horas em Marília. O adolescente João Renato Mendes, 14, morreu na terça-feira, (17), por agravamento da dengue clássica. Segundo a assessoria de imprensa da Santa Casa, o paciente chegou ao hospital transportado pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) às 10h21, encaminhado da Unidade Especial de Atendimento a Pacientes com Sintomas de Dengue, montada pelo município, na rua Nove de Julho.
Os primeiros cuidados foram realizados no Pronto Socorro, logo em seguida o adolescente foi internado na REC (Unidade Intensiva para Curta Permanência e Avaliação), mas às 14h12 ele foi transferido para UTI Geral (Unidade de Terapia Intensiva). O caso se agravou e João Renato morreu às 16h55. Até o momento foram confirmadas seis mortes por dengue em Marília, cinco delas pela Santa Casa de Misericórdia e uma pelo Hospital das Clínicas. O último levantamento divulgado pela prefeitura indicava 1.827 casos de dengue desde o início do ano.
O corpo de Marcelo foi sepultado ontem, às 17h30, no Cemitério Parque das Orquídeas, em Marília. O metalúrgico morava no Jardim Acapulco, zona oeste. Ele deixou a esposa e um filho de 12 anos.
SURTO
Marília vive, atualmente, um surto de dengue. No primeiro semestre do ano passado, de 1º de janeiro a 27 de julho, a cidade registrou 784 casos da doença. Somente nos dois primeiros meses deste ano, já são 1.827 casos confirmados, o que caracteriza um aumento de 133% da doença. Em todo o ano de 2014 foram registrados 2.003 casos de dengue.
O município está mobilizando agentes da Saúde para fiscalizar os focos da doença em todas as casas do município e orientar os cidadãos sobre a limpeza. No entanto, a população tem que colaborar com o poder público.
Segundo orientações médicas, a hidratação é muito importante para os pacientes que forem detectados com a doença. São recomendados de 4 a 6 litros de água por dia. A prevenção pode ser feita com repelentes e, principalmente, com a limpeza dos possíveis focos de dengue.