O Ministério Público Federal (MPF), órgão responsável pela força-tarefa das investigações da Operação Lava Jato, desistiu de tomar novos depoimentos da ex-gerente executiva da Diretoria de Abastecimento da Petrobras Venina Velosa da Fonseca. Ela prestou depoimento ontem (3) perante a Justiça Federal em Curitiba.
De acordo com os procuradores, Venina pouco acrescentou aos fatos apurados. Ela disse que teve conhecimento do pagamento de propina e do cartel de empreiteiras que prestavam serviços à Petrobras, mas ressaltou que tinha poucas informações, porque a contratação das empresas era feita pela Diretoria de Serviços e Engenharia, então comandada por Renato Duque, que chegou a ser preso na Lava Jato.
Em depoimento de ontem, Venina informou ao juiz federal Sérgio Moro que um funcionário da área jurídica da empresa também foi afastado das funções após denunciar reuniões em que contratos aditivos eram negociados. Segundo ela, em julho de 2009, o gerente Fernando de Castro Sá tomou conhecimento de alguns documentos sobre reunião de advogados da Petrobras e da Ademi na empresa. Venina disse que era solicitado que as empresas fizessem o pedido de aditivos de forma clara e organizada, já que eram considerados confusos e ficava difícil organizar.
“Quando ocorreu isso, ele me falou que montou uma documentação sobre o assunto e encaminhou ao gerente jurídico da Petrobras, Nilton Maia. Em vez de se sentir apoiado, Nilton Maia criou uma comissão disciplinar, uma sindicância, e o gerente foi afastado das funções e colocado em uma sala, por um período, sem trabalho”, relatou.
Venina Velosa também afirmou que houve uma “escalada de preços” nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, principal área investigada na Operação Lava Jato. Ela acrescentou que o fato ocorreu porque o ex-diretor de Serviços e Engenharia Renato Duque desaprovou novo modelo de contrato que responsabilizaria as empresas em caso de prejuízos.