A alta do dólar está afugentando a clientela das lojas de importados em Dracena. Esses estabelecimentos que costumam registrar um bom movimento durante todo o ano têm registrado uma queda significativa nas vendas nos últimos meses.
Muita gente está reclamando e a retração no consumo é notável. De acordo com o comerciante, Luiz Bezerra de Lima, os produtos da sua loja sofrem reajuste conforme a cotação da moeda. Ele informa que não alterou o preço dos produtos que já estavam em estoque e está muito atento na hora de fazer as compras da loja. “O momento é crítico e exige cautela, percebemos uma retração nas vendas e as pessoas estão comprando somente o que é de extrema necessidade. Os supérfluos estão ficando para segundo plano”, conta o empresário.
Para se ter uma ideia, Luiz menciona o reajuste do perfume Animale, muito procurado pelos seus clientes. O produto que era vendido a R$ 86 atualmente está custando R$ 120, acréscimo de quase 40%.
“Não é hora de fazer estoque para a loja e estamos comprando somente o necessário”, enfatiza, o comerciante que informou já ter passado por crise semelhante há 12 anos, quando a moeda norte-americana disparou e atingiu R$ 3,95. “As pessoas têm que saber que não é o dólar que está valorizado, mas a nossa moeda que está perdendo o valor. O poder de compra do real só cai”, esclarece com indignação.
O cenário não está diferente para Sara Scarabelli. Na semana passada, a empresária foi fazer compras no Paraguai e se espantou com o que o viu. Segundo ela, as lojas estão praticamente vazias e os comerciantes locais reclamam do momento crítico em que passam.
Para manter sua loja, Sara precisou cortar gastos e inclusive dispensar funcionários. “Antigamente as compras eram feitas semanalmente, mas agora estamos viajando a cada 20 dias para comprar somente o necessário”, descreve.
A lojista ainda disse que nem mesmo as compras em Miami (EUA) e na China estão compensando. “O jeito será fazer as compras em grandes centros, como São Paulo, para ver se encontramos itens com bons preços que possam ser revendidos”, finaliza Sara.
O dólar fechou em alta ontem, 19, perto de R$ 3,30, renovando a cotação máxima em quase 12 anos. A moeda avançou 2,56%, cotada a R$ 3,2965 na venda, maior valor desde abril de 2003.