Na semana passada, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) informou que houve queda de 26,68% na venda de automóveis e veículos comerciais leves, como furgões e picapes, em fevereiro na comparação com o mês anterior.
Em comparação com o mesmo período do ano passado, o índice é ainda maior 27,28%, sendo o pior fevereiro de vendas de veículos desde 2008.
Segundo o presidente da Fenabrave, o fraco desempenho do setor é reflexo da economia “quase em coma” do Brasil. As medidas de ajuste fiscal realizadas pelo governo, os juros altos e o alto endividamento das famílias ajudam a aumentar o índice.
Para reverter à situação atual, as revendedoras estão apostando em campanhas de incentivo e bônus ao consumidor para estimular as vendas.
O gerente de vendas, Gustavo de Freitas Vicentini, disse que apesar do mês de fevereiro em Dracena ter sido cerca de 10% melhor que janeiro, a queda do mercado nacional acaba refletindo no interior. Contudo, Vicentini mencionou que as lojas do setor “devem bater de frente com o que está sendo dito e enfrentar a situação com ações de venda e muita inovação”.
Para Renato Santana Thomaz, sócio-proprietário de uma revendedora também local, a situação não é diferente. Percebendo a queda na compra de veículos zero quilômetro, o empresário investiu na estratégia de venda de veículos com dois a três anos de uso, os seminovos. “Apesar de fevereiro ter sido um mês muito curto, com apenas 17 dias de trabalho, as vendas não foram ruins. Já janeiro foi ainda melhor com excelentes vendas”, contou.
Thomaz informou que também está com boas expectativas para o decorrer do ano. “A crise está aí, mas temos que ser otimistas e nos adaptar ao momento por que uma coisa é certa: as pessoas não deixam de consumir. Então, temos que nos adaptar a realidade”, salientou.
No entanto, os empresários devem ficar atentos e se preparar nos próximos meses. Com aumento da taxa de desemprego, menor disponibilidade de renda, alta de juros e confiança do consumidor nas mínimas históricas, o consumo das famílias deve interromper um ciclo de expansão que durou 11 anos e registrar a primeira queda desde 2003, segundo economistas.