Os números sobre o endividamento no país cada vez mais ocupam os noticiários, para se ter ideia o endividamento das famílias subiu para 59,6% em março, maior que o do mês passado, que ficou em 57,8%, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
“Para agravar ainda mais a situação, os juros bancários são exorbitantes e a grande maioria dos brasileiros recorre a empréstimos e linhas de créditos. Mas usar essas ferramentas sem conhecer em detalhes o funcionamento do sistema é uma das faces do comportamento de risco financeiro mais comum na cultura de endividamento”, explica Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e autor do livro Livre-se das Dívidas (Editora DSOP).
Domingos alerta que é importante os consumidores saberem calcular o impacto de financiamentos (cartão de crédito, cheque especial, financiamento da casa própria, do carro, de eletrodomésticos, entre outros) em seu orçamento, e refletir sobre a real capacidade de pagamento antes de optar por uma linha de crédito.
Ciclo do endividamento
Segundo Domingos, o ciclo do endividamento se constitui de Causas como analfabetismo financeiro, consumismo, marketing publicitário e crédito fácil; de Meios – cheque especial, cartão de crédito, crediário, crédito consignado, empréstimos, adiantamentos e antecipação do IR -; e de Efeitos – problemas conjugais, problemas de saúde, desmotivação, baixa autoestima, produtividade reduzida, atrasos e faltas no trabalho.
“Para quebrar esse ciclo é necessário ajudar a ampliar o repertório da população sobre finanças, de forma consistente e carregada de sentido prático, para que assimilem, o mais cedo possível, a importância do equilíbrio financeiro para o bem-estar individual e social”, diz o presidente da DSOP Educação Financeira.
Em geral, a ciranda financeira segue o seguinte compasso: se a prestação da casa ou do carro não está cabendo no orçamento, a pessoa passa a pagar todas as demais despesas no cartão de crédito, imaginando que assim sobrará recurso para pagar suas principais dívidas. Dentro de poucos meses, no entanto, já não conseguirá quitar a fatura do cartão e passará a pagar a parcela mínima, até que entre algum recurso extra. Mas isso não acontece e a saída é recorrer também ao cheque especial. Chega o começo do outro mês e a história se repete. O salário recebido é suficiente apenas para cobrir o limite do cheque especial. Junto vem o débito referente aos juros do período mais a parcela mínima do cartão acompanhada de juros. Sem alternativa, deixa-se de pagar a prestação da casa ou do carro. Quando se dá conta, a pessoa está endividada de todos os lados, correndo o risco de ficar inadimplente e sem linhas de crédito. Há quem provoque a própria demissão para usar os recursos dos direitos trabalhistas para solucionar o problema. Quando percebem que o dinheiro não é suficiente buscam empréstimo. E assim vai até chegar ao fundo do poço.
A solução é fazer um levantamento detalhado de todas as dívidas, separando os itens em “essenciais” e “não essenciais”, priorizando o pagamento das essenciais para evitar o corte de serviços indispensáveis. Deve-se também priorizar as dívidas que têm as taxas de juros mais altas. Provavelmente serão as dos empréstimos adquiridos junto ao sistema financeiro. Se assim for, o melhor é procurar o gerente e pedir que junte num mesmo pacote as dívidas de cheque especial, cartão de crédito e demais empréstimos e negociar uma linha de crédito diferente, mais alongada, com juros médios de 2,5%, cuja prestação seja menor do que o valor total dos juros que a pessoa pagava mensalmente. A partir desse acordo com o banco, o devedor estará pagando não mais apenas os juros, e sim o valor principal, fazendo com que a dívida seja efetivamente liquidada ao longo do tempo. Se não houver possibilidade de acordo com a instituição financeira ou se a parcela negociada não couber no orçamento será melhor poupar para quando for procurado pelas empresas de recuperação de crédito contratadas pelos bancos, tenha melhores condições de negociar a quitação em valores menores.
Perguntas que o consumidor deve se fazer antes de qualquer compra
- Eu realmente preciso desse produto?
- O que ele vai trazer de benefício para a minha vida?
- Se eu não comprar isso hoje, o que acontecerá?
- Estou comprando por necessidade real ou movido por outro sentimento, como carência ou baixa autoestima?
- Estou comprando por mim ou influenciado por outra pessoa ou por propaganda sedutora?
Se mesmo diante deste questionamento, a pessoa concluir que realmente precisa comprar o produto, seria prudente fazer mais algumas perguntas como:
De quanto eu disponho efetivamente para gastar?
- Tenho o dinheiro para comprar à vista?
- Precisarei comprar a prazo e pagar juros?
- Tenho o valor referente a uma parcela, mas o terei daqui a três, seis ou doze meses?
- Preciso do modelo mais sofisticado, ou um básico, mais em conta, atenderia perfeitamente à minha necessidade?
Sobre o Livro: No livro Livre-se das Dívidas (112 páginas, Editora DSOP, R$ 29,90), Reinaldo Domingos propõe uma profunda mudança na forma de combater os mecanismos do endividamento, que tem deixado milhões de brasileiros à beira da falência –financeira, emocional e física. Numa linguagem simples e acessível, o autor aborda os dois lados da moeda do endividamento, explorando o conceito de Dívida de Valor e Dívida sem Valor, promove questionamentos e ensina o passo a passo para a realização do sonho da casa própria, do carro, entre outros, e responde a questões práticas como: “Já fiz uma dívida da casa própria acima das minhas possibilidades e estou com problemas para pagar. O que fazer?”; “Já estou endividado porque não paguei as compras nos cartões de crédito em dia. E agora?”; finalizando com os 10 mandamentos para quem não quer se endividar nunca mais.
Sobre o autor: Educador financeiro e presidente da DSOP de Educação Financeira publicou os livros Terapia Financeira (2007), O Menino do Dinheiro (2008), O Menino e o Dinheiro (2011), Eu Mereço Ter Dinheiro (2012) e a primeira Coleção Didática de Educação Financeira para o Ensino Básico (2011). A criação da Metodologia DSOP de Educação Financeira é baseada na experiência de vida de Reinaldo Domingos, empresário bem-sucedido, que conquistou sua independência financeira aos 37 anos de idade. Nascido em família humilde no interior de São Paulo, desde menino percebeu que tudo o que quisesse conquistar dependeria de seus esforços. Percebeu também que se guardasse uma parte do que ganhava poderia realizar alguns sonhos. Foi assim, priorizando seus sonhos, sabendo exatamente quanto custavam e quanto deveria poupar para alcançá-los, que aprendeu a ter o dinheiro como um aliado, usando-o com responsabilidade e foco na satisfação pessoal e familiar. Com o aprendizado adquirido quer, por meio das atividades do Instituto DSOP, ajudar as pessoas a se tornarem educadas e independentes financeiramente.
Sobre a DSOP Educação Finaceira: Criado em 2008, a DSOP de Educação Financeira oferece uma série de produtos e serviços sob medida para pessoas, empresas e instituições de ensino interessadas em ampliar e consolidar o conhecimento sobre educação financeira. São cursos, seminários, workshops, palestras, capacitação de professores, além de uma pós-graduação em educação financeira. Cada um dos produtos foi desenvolvido para atender as diferentes necessidades dos diversos públicos de forma integrada e consistente. Todo o conteúdo educacional disseminado pelo Instituto segue as diretrizes da Metodologia DSOP, concebida a partir de uma abordagem comportamental em relação ao tema finanças. Mais informações no www.dsop.com.br .