Quando tive a primeira experiência com o esporte radical rafting, algumas orientações do instrutor me chamaram atenção. Ele dizia, resumidamente, que quando o rio está tranquilo podemos remar tranquilamente, mas se as corredeiras estiverem fortes, temos que comandar os remos com determinação e perseverança para não deixar o barco virar. E o mais importante: nunca largar o remo, em tempo algum.
Frente às previsões e índices econômicos, muitas pessoas entraram 2015 com um pé atrás, temendo a crise e o desemprego. Entretanto, os preceitos do rafting me permitem fazer uma analogia que pode nos ensinar a lidar com o cenário de crise, na qual normalmente muitos se sentem ameaçados no trabalho.
Antes de sentir medo da demissão, primeiramente ambiente-se e reflita sobre as atitudes e comportamentos anteriores ao período de retração econômica. Pessoas com posicionamento acomodado, desprovidas de ousadia, atitude, que estão sempre justificando a ausência de resultados e que vivem subestimando a si mesmas, tendem a encabeçar a lista de cortes, pois o tempo todo escolheram remar errado ou até mesmo abandonar o remo. É necessário ter consciência de que em época de recessão as empresas precisam de pessoas que tragam soluções e não mais problemas.
Apesar de ser um momento de atenção, a crise não é a ocasião para falar de miséria, mas sim de prosperidade. É a oportunidade para pararmos e pensarmos: “Em qual aspecto a empresa está mais precisando de mim?” ou “O que posso fazer para construir mais resultados?”. Além disso, é importante saber que se você é um talento e o seu grau de empregabilidade é alto, não há com o que se preocupar. As empresas que confiam no potencial de seus colaboradores jamais irão querer perdê-los.
Se antes você apresentava resultados padrão, agora é o momento de ir além do esperado, de ser extraordinário. Com atitudes nesse sentido, a crise pode ser um ensejo para uma promoção sonhada há tempos, por exemplo. Tudo vai depender da escolha: estagnar, focar no medo e recuar ou arregaçar as mangas e construir os resultados esperados.
O futuro nada mais é que o resultado daquilo que estabelecemos hoje, portanto, é tempo de parar de construir castelos de areia, na qual a onda da crise vem e leva, e passar a edificar castelos sólidos que nem o tempo é capaz de derrubar.
*palestrante, consultor organizacional, especialista em desenvolvimento das Competências de Liderança e Preparação de Equipes.