Em fevereiro, o Governo Central – que reúne as contas Tesouro Nacional, da Previdência Social e do Banco Central – registrou déficit primário de R$ 7,4 bilhões, o que representa o maior resultado negativo para o mês desde o início da série histórica (1997). Em fevereiro de 2014, o déficit havia ficado em R$ 3,4 bilhões, de acordo com o balanço divulgado hoje (31) pelo Tesouro Nacional.
Déficit primário é o gasto do governo que excede o valor de sua arrecadação, sem levar em consideração a despesa com o pagamento dos juros da dívida pública.
De acordo com o secretário do Tesouro, Marcelo Saintive, o governo federal já esperava o déficit primário registrado em fevereiro, uma vez que se trata de mês “mais fraco no que se refere a receitas”. Apesar de as despesas do Governo Central terem crescido, ele acredita que, a partir do final de abril, os gastos apresentarão ritmo menor. O secretário ressaltou que o compromisso do governo é com o pagamento das despesas. “Não há nada fora do nosso controle”, completou.
O déficit foi amenizado pelo fato de, no mês anterior, ter sido registrado superávit de R$ 10,6 bilhões. Com isso, o resultado primário nos dois primeiros meses de 2015 ficou em R$ 3,2 bilhões. No ano passado, houve superávit de R$ 10,8 bilhões no mesmo período.
De acordo com o Tesouro, esse resultado se deve principalmente a uma redução de 4,1% da receita líquida, já que as despesas se mantiveram, em termos reais, no mesmo patamar das de 2014. A receita total teve decréscimo de 4,6% em 2015, na comparação com o mesmo período de 2014. Desconsiderando a arrecadação extraordinária de R$ 4,6 bilhões, registrada em fevereiro deste ano, a variação real seria uma redução de 6,6%.