O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse hoje (18) que o governo quer receber sugestões de intituições e da própria população para o pacote de medidas anticorrupção. Segundo ele, o pacote anunciado nesta quarta-feira não exaure o que pode ser feito para combater a corrupção.
“Vossa Excelência [presidenta Dilma Rousseff] nos orientou a abrir o diálogo com toda a sociedade, pouco importando se essas pessoas nos aplaudem ou se manifestam cotra nós. Vossa Excelência sabe que governa para 200 milhões de brasileiros e, por isso, todos têm que ser ouvidos, todos que têm contribuições a dar para o combate à corrupção e para o combate à impunidade devem ser chamados ao diálogo na defesa daquilo que a população hoje quer”, disse o ministro.
Cardozo destacou uma série de mecanismos que, segundo ele, foram criados pela vontade política de enfrentar o problema nos últimos anos, como o fortalecimento da Controladoria-Geral da União e a criação de portais que permitem ao cidadão identificar indícios de qualquer “malfeito”, além de novas leis que combatem a corrupção. “Muitos instrumentais foram criados. Todavia, é necessário continuar com vontade política, determinação, tendo coragem de enfrentar o que se coloca.”
Ao detalhar as medidas que serão adotadas pelo governo, O ministro da Justiça elogiou a conduta da presidenta da República Dilma Rousseff, diante das denúncias de corrupção. “Orgulho-me da postura de Vossa excelência. Em nenhum momento sequer, falo com muita sinceridade no coração, Vossa Excelência titubeou. [Disse sempre:] mande investigar, mande apurar, corte o mal pela raiz”, destacou Cardozo, dirigindo-se à chefe do governo.
Para o secretário-geral da Presidência da República, ministro Miguel Rossetto, as medidas anunciadas hoje devem minimizar a insatisfação popular que motivou os protestos de domingo (15). “São medidas importantes. Rapidamente, vamos reverter esse quadro, e o Brasil retomará seu ambiente de prosperidade e de crescimento, o que é muito positivo.”
A cerimônia em que foram anunciadas as medidas no Palácio do Planalto não teve a presença dos presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), mas, na avaliação do líder peemedebista no Senado, Eunício Oliveira (CE) , diante do momento atual e do forte apelo popular, e as medidas que dependem do Congresso serão votadas rapidamente.