O juiz de direito Valmir Maurici Júnior que era o titilar da 2ª Vara Judicial de Dracena e respondia pela direção do Fórum local e da Circunscrição de Dracena (Pacaembu a Panorama) deixou no último mês a comarca. Nesta semana, o magistrado assumiu a titularidade da 2ª Vara Cível de Poá (com cerca de 110 mil habitantes), a  aproximadamente  40 km da capital paulista.
Valmir Maurici Júnior permaneceu em Dracena por aproximadamente três anos e meio. Entre as funções acumuladas por ele, também a de juiz-coordenador da central de mandados e do Centro de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), que funciona na sede da Reges.   
Ele explicou que a função de diretor  de Fórum  é  de confiança da presidência do Tribunal de Justiça.  O mandato dura dois anos. “Permaneci por um mandato e fui  reeleito para um segundo, que será interrompido agora por conta da promoção.  Dentro de alguns dias a presidência deverá designar um novo diretor dentre os juízes titulares da comarca”, explicou.
O juiz citou os principais avanços obtidos durante sua permanência na comarca. “Ter conseguido acabar com o estoque de processos (cerca de 500) em atraso, aguardando sentença em gabinete.  Todos receberam sentença, sem prejuízo dos novos que surgiram no período. Foi um trabalho bastante árduo, porém gratificante.  Muitas vezes  varava madrugadas sentenciando processos”.
Valmir Maurici Júnior prosseguiu recordando um fato engraçado ocorrido com ele. “Certa vez estava trabalhando em um final de semana. Era um sábado e  embalei  no trabalho. Quando fui ver,  já era quase meia-noite e não havia jantado. Resolvi  pedir uma pizza e continuar trabalhando, aproveitando que estava bem concentrado. Solicitei que entregassem no prédio do fórum. O atendente achou estranho e perguntou  a quem deveria entregar. Expliquei a ele a situação, porém a pizza não veio. Certamente achou que era um trote. Liguei em outras duas pizzarias e ocorreu o mesmo. Na quarta vez, já premido pela fome,  liguei pedindo a pizza e dizendo que era o vigia do fórum, só então consegui jantar. Como disse, foi  um período difícil, mas muito gratificante”.
Outro ponto bastante importante segundo ele foi o projeto pioneiro  desenvolvido pelo juiz sobre a reforma do prédio do fórum com a mão-de-obra de presos.  “Economizamos mais de R$ 200 mil (de dinheiro público) no total. O projeto Pintando Uma Nova Vida foi premiado pelo Tribunal de Justiça e reconhecido como boa prática para ser disseminada por todo o Estado.  Há inclusive uma cartilha com passo a passo elaborada por nós e que se encontra no site do Tribunal com a experiência feita em Dracena
link: http://www.tjsp.jus.br/Download/Corregedoria/Pdf/PintandoUmaNovaVida.pdf”. 
Dr. Valmir comentou ainda sobre a instalação do Cejusc no município. “Foi  um passo importante na melhoria da prestação do serviço da Justiça ao cidadão. Criou-se um canal fácil e rápido de resolução de conflitos, diminuindo assim a quantidade de demandas que ingressam para julgamento.  Essa diminuição paulatina de processos permitirá que a Justiça, muito em breve,  somente se ocupe daquilo que realmente precisa ser resolvido por sentença judicial e com respostas rápidas a quem a procura.  E neste ponto, vale ressaltar que o Cejusc de Dracena é tido como um modelo para os demais em todo o Estado, pela sua estrutura e qualificação da equipe de trabalho.  Foi uma parceria de muito sucesso entre  o  Poder Judiciário e a Faculdade Reges. O professor Gonzaga (mantenedor da Faculdade) é um homem visionário, quando  apresentei-lhe o projeto, ele logo abraçou a ideia de modo absolutamente entusiasmado”, analisou.  
“Vou com a certeza de ter dado o meu melhor  e de que foi possível alcançar os objetivos dos projetos mais importantes. Adorei a cidade de Dracena desde que cheguei.  Só me promovi porque minha família (pais, irmãos, sobrinhos, primos…) está toda em São Paulo e a distância começou a pesar. Além disso, a promoção é um passo necessário para todo juiz que pretende, no futuro, chegar ao tribunal como desembargador”, concluiu o magistrado.