As manifestações que o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e os movimentos da Frente de Resistência Urbana estão promovendo hoje em 30 pontos estratégicos de 13 estados não são contra o governo federal, em defesa do impeachment da presidenta da República ou mesmo da volta dos militares ao poder.
Segundo o coordenador estadual do MTST, Vitor Guimarães, o objetivo é tão somente defender a imediata implementação do Programa Minha Casa, Minha Vida 3, de melhores condições de moradia para as populações das periferias do país e contra o ajuste fiscal que vem sendo implementado pelo governo.
No início da manhã, um grupo de cerca de 100 pessoas fechou o acesso à Ponte Rio-Niterói, ateando fogo a pneus na Avenida do Contorno, em Niterói, na região metropolitana do Rio, no fim da BR-101.
“O movimento, que é feito em 13 estados, tem como objetivo pressionar o governo a implementar imediatamente o Programa Minha casa, Minha Vida 3. Nós o estamos chamando de “A periferia ocupa a cidade, reforma urbana de verdade”. A ideia é pressionar pela liberação imediata dos recursos do Minha casa Minha Vida 3, que é a terceira etapa do programa e que ainda não saiu do papel”.
Segundo Guimarães, o movimento é uma forma de pressionar o governo a acelerar os trâmites para a implementação da terceira fase do Minha Casa, Minha Vida e protestar contra as reformas, em particular contra o ajuste fiscal.
“Mas é bom que fique claro que o movimento não é contra o governo, ou a favor doimpeachment da presidenta, ou ainda a favor da volta dos militares ao poder. Somos contra a intervenção militar, mas a favor da intervenção popular. A gente acha que qualquerimpeachment, ou ditatura ou golpe militar só vai sufocar ainda mais os trabalhadores e quem defende isso é também contra os nossos interesses”, disse.
Com relação à posição do MSTS contrária ao ajuste fiscal, Guimarães acredita que ele só atende aos interesses dos banqueiros. As mobilizações desta quarta vão marcar posição contra a defesa de intervenção militar, o preconceito elitista e a intolerância. Defendemos ainda uma política de reformas populares”, ressaltou o dirigente.
Guimarães lembrou ainda que em outubro do ano passado os integrantes do MTST promoveram uma ocupação chamada de Zumbi dos Palmares. “Estamos esperando até hoje que a prefeitura apresente um estudo técnico do programa para que consigamos avançar na construção das moradias que foram acordadas no fim do ano passado como consequência da ocupação”.
*Colaborou Joana Moscatelli, da Radioagência