O ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras Renato Duque foi um dos cinco presos hoje (16) pela Polícia Federal na décima fase da Operação Lava Jato. Duque – que já havia sido detido, em dezembro, na sétima fase da operação que investiga fraude em contratos da Petrobras – foi preso em casa, no Rio de Janeiro, onde também foram apreendidos, 131 quadros.
De acordo com o Ministério Público Federal, quando foi solto, 19 dias depois de ter sido preso beneficiado por um habeas corpus concedido pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), Duque transferiu 20 milhões de euros de contas que mantinha na Suíça para bancos de Mônaco. Ele deve seguir por volta das 17h para o Paraná, onde cumprirá a prisão preventiva.
“O dinheiro que foi bloqueado em Mônaco sintetiza a necessidade de prisão de Renato de Souza Duque para a garantia da ordem pública. Assim como Pedro Barusco devolveu aos cofres públicos US$ 97 milhões por ter celebrado acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal, é necessário que Renato Duque, que não celebrou acordo, tenha seus valores auferidos ilicitamente acautelados, seja no exterior ou no Brasil, de forma que os cofres públicos possam ser restituídos na sua integralidade”, disse o procurador da República Roberson Henrique Pozzobon, um dos responsáveis pela décima fase da operação Lava Jato.
Também foram presos preventivamente hoje o empresário Adir Assad e Lucélio Góes. Assad foi investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito do Cachoeira e Lucélio Góes é filho de Mário Góes, um dos suspeitos de intermediar o pagamento de propina pela empresa catarinense Arxo. A prisão preventiva não tem data para terminar.
Foram presos temporariamente Sônia Marisa Branco e Dario Teixeira Alves. Eles devem permanecer detidos por cinco dias. Também foi expedido mandado de prisão temporária para Sueli Maria Branco que, segundo a PF, está morta.
Cerca de 40 policiais federais cumpriram 18 mandados judiciais: dois de prisão preventiva, quatro de prisão temporária e 12 de busca e apreensão. Os mandados foram cumpridos em São Paulo e no Rio de Janeiro e atendem a ordens expedidas pelo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba Sérgio Moro. Todos os presos foram encaminhados para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
De acordo com o procurador da República Roberson Henrique Pozzobon, as investigações que desencadearam a décima fase da Lava Jato identificaram que empresas que mantêm contratos com a Petrobras movimentaram mais de R$ 100 milhões em operações com características de lavagem de dinheiro.
“Dentro da perspectiva de que [a área de] Serviço e [a área de] Abastecimento [da Petrobras] funcionavam dentro de uma mesma sistemática, mas em paralelo, na denúncia de hoje se poderá ver, de modo completo, repasse de vantagens indevidas e corrupção nas duas diretorias, inclusive, em alguns casos, se interpenetrando”, explicou Pozzobon.
*Colaborou Nielmar Oliveira