A Prefeitura de Dracena iniciou na semana passada, a distribuição de sementes de crotalária, conhecida cientificamente como crotalaria juncea, planta que na fase adulta pode chegar a até três metros de altura.
Por falta de uma vacina contra o Aedes aegypti, “a única medida para evitar a proliferação da doença é manter a população do vetor a níveis baixos”, informa o professor assistente doutor em proteção de plantas, Evandro Prado. “Com intuito de diminuir a população do mosquito, o plantio de crotalária pode ser mais uma das ferramentas para auxiliar na diminuição da população do inseto vetor”, conta.
Embora não há estudos que comprovem a eficácia da planta, existem relatos em algumas cidades, do estado de São Paulo, Mato Grosso e Minas Gerais, que obtiveram sucesso no controle do vetor quando essas plantas foram semeadas nos jardins, praças e terrenos baldios.
De acordo com Prado, mesmo sem embasamento científico, a crotalária, por meio de suas flores amarelas, atrai outro inseto conhecido como libélula que é um predador tanto de adultos quanto de larvas do mosquito da dengue, dessa forma a libélula teria um papel importante consumindo e diminuindo a população do mosquito.
O especialista ainda ressalta que a atração da libélula é feita pelas flores da planta que, em condições normais de desenvolvimento no campo, leva em torno de 90 dias para florescer. “Teoricamente, se semeássemos a crotalária hoje e essas emergirem após cinco dias, as primeiras flores iriam aparecer após um período de aproximadamente 95 dias. Dessa forma, medidas de incentivo para semear essa planta a partir do mês de outubro poderiam contribuir ainda mais com a atração da libélula e consequentemente com a predação do mosquito da dengue”, explica.
Outra questão importante refere-se ao local apropriado para semeá-la, visto que é uma planta que pode atingir até três metros de altura. Prado recomenda semear em locais abertos para que a planta tenha um desenvolvimento adequado como, por exemplo, em jardins, quintais, praças públicas e terrenos baldios.
Ainda que seja uma medida que possa ajudar no combate do vetor, o especialista alerta e pede para que a população não deixe de lado ou julgue menos importante os demais cuidados para evitar os criadouros do mosquito, como manter os quintais sempre limpos, as caixas d’água tampadas e não deixar nada que acumule água a céu aberto.
Como forma de manter o inseto afastado das casas e das pessoas a utilização de repelentes é uma medida eficiente. “A planta de citronela e o cravo-da-índia também são relatados como repelentes do mosquito e podem ser utilizadas. Estamos passando por um período de alerta e que toda a população deve se conscientizar para que possamos atravessar esse período de alta incidência de casos de dengue”, conclui o professor.