Com a desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar e ao euro, muitas famílias que estavam programando viagens internacionais neste ano, estão revendo destinos e algumas até adiando o embarque.
Empresários do setor já percebem uma retração na procura por esses pacotes e acreditam que no próximo semestre o período será ainda mais desfavorável. O empresário Francisco Ferraz Caldas disse já ter sentido uma redução de 40% na procura desses destinos. Ele explica que houve queda no preço das passagens aéreas, mas como elas são cotadas em dólar, o valor ainda pesa no bolso do brasileiro.
Caldas se espantou quando quase metade de um grupo de jovens cancelou a viagem para a Disney (EUA), neste ano. “Com o cenário atual, muitos já desistiram de viajar este ano e algumas famílias desmarcaram e remarcaram as férias somente para 2016”, conta.
Para Caldas, há excelentes opções de destinos no Brasil com preços bastante acessíveis. Porto Seguro, Fortaleza, Natal e Macéio são ótimos lugares para se visitar, pagando pouco. Atualmente há voos para esses destinos com saída de Presidente Prudente e pacotes que custam de R$ 5,4 mil a R$ 7 mil para casais que têm até dois filhos.
Quando se opta por um destino internacional, alguns chegam a se programar com até 10 meses de antecedência. Talvez seja por isso que o empresário Luciano Gerlim, ainda não tenha sentido os reflexos da alta do dólar em sua agência de viagens.
Segundo ele, o turista ao agendar uma viagem costuma adquirir as passagens poucos meses antes, mas ele já estava criando uma expectativa há tempos e dificilmente irá desistir em decorrência disso.
Ele acredita que sentirá os reflexos a partir do próximo semestre, modificando todo o setor. Gerlim ainda ressaltou que as famílias que adquiriram pacotes para Europa não estão preocupados por que “a valorização do euro não foi tão exorbitante quando o dólar”.
O proprietário da agência ainda cita ótimos exemplos de destinos internacionais para se divertir, fazer compras e gastar pouco. É o caso dos países da América do Sul como Argentina, Uruguai e Chile, que também são muito procurados. Recentemente houve uma valorização do peso, mas muito menor se comparado com o dólar. “O turista pode aproveitar melhor a viagem, por que os custeios nesses países serão menores, e dificilmente haverá surpresas com os gastos no final das férias”, diz.
DICA – Para alguns países da América do Sul, o turista consegue viajar somente com cédula de identidade (RG), sem precisar de passaporte e muito menos de visto. Esse benefício está em vigor desde 2008, mas muita gente ainda não conhece. Os países são Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
Entretanto, o viajante deve ficar atento. A data de emissão do RG não pode ser superior a 10 anos. A fotografia precisar ser atual e estar em boas condições, caso contrário, o país poderá barrar o turista e solicitar outros documentos com foto para identificação e a carteira de motorista não é aceita como documento para viajar entre países.