Uma coisa ninguém pode negar: que homens e mulheres têm tendências e interesses bem diferentes. Em regra geral, enquanto homens se divertem indo pescar, acampar, fazendo trilha ou jogando uma partida de futebol, as mulheres preferem uma boa leitura, um tratamento de pele, ou mesmo arrumar as gavetas, faxinar os banheiros, limpar os cantos da casa. Isso é inato, faz parte do gênio de cada um. A mulher gosta de tudo limpo, arrumado, é detalhista, percebe os menores sinais. O homem vê o todo, o conjunto.
E o que acontece quando a mulher vai exercer um cargo que sempre foi exercido por homens? Descobre que nem tudo que parecia limpo e arrumado estava realmente limpo e arrumado. Aí entra o espírito de limpeza, de faxina e muita imundície que estava grudada há anos aparece, mostrando que o antigo limpador não tinha essa visão voltada a descobrir sujeira. Para ele o importante era o resultado, não o caminho para se chegar ao resultado. Para ela o caminho é tão importante quanto o resultado.
Em administração também acontece isso. O Brasil sempre foi governado por homens que estavam felizes com o resultado de seus governos. Estava tudo dando certo, as empresas funcionando normalmente. Às vezes davam lucro, às vezes davam prejuízo, mas no acerto final das contas tudo dava certo.
Bastou entrar uma mulher no comando da Nação para mostrar que as coisas não são bem assim. Assim que a presidenta Dilma assumiu o governo, já começou a olhar torto para alguns auxiliares que vieram do governo anterior, seu amigo. Mas, amigos, amigos; negócios à parte. Sem pestanejar demitiu uma série desses auxiliares, o que lhe valeu a alcunha de faxineira.
Com o passar dos dias, ela percebeu que a sujeira não parecia estar apenas incrustada naqueles auxiliares e resolveu estender a faxina para mais longe. Era briga de “cachorro grande” e ela tinha que se socorrer do faro da polícia federal. E a polícia federal, essa instituição criada em 10 de maio de 1808, hoje com 207 anos, nunca foi colocada com tanta liberdade para faxinar todos os cantos do governo, das empresas estatais e de tudo que dissesse respeito ao patrimônio público.
Faxinaram a Petrobrás, a Receita Federal e estão fazendo um excelente serviço de limpeza em muitas outras estatais, na vida de funcionários públicos cujo patrimônio não se coaduna com seus salários, reviraram contas espúrias no Banco HSBC, enfim, procurando a sujeira que nestas centenas de anos ninguém via. A ordem agora é procurar sujeira, limpar, limpar, limpar e organizar.
A gritaria é grande. Primeiro, porque muita gente graúda que se julgava intocável, agora está indo para a prisão conviver com marginais menos abastados. Ladrões de galinhas convivendo com diretores de grandes empreiteiras. Polícia federal indo para a Suíça buscar o dinheiro roubado e escondido nos grandes bancos de lá. Segundo, porque o pessoal que fez maracutaias lucrativas com o dinheiro público já não dorme há muitas noites e tenta arregimentar contingentes para tirar a faxineira mor de seu cargo.
Por último, a situação criada pelo descredenciamento dessas empresas envolvidas na compra desses funcionários e que, por necessidade ou por meio de pressão no governo, estão demitindo funcionários, criando um clima de insegurança econômica.
Mas, segundo o ditado, “não se faz omelete se não se quebrar os ovos”, e o certo é que teremos um país mais limpo, isento de negociatas, de gente mal intencionada que entra na política apenas para fazer fortuna, formando verdadeiras quadrilhas e roubando, desavergonhadamente, o dinheiro e os bens do povo brasileiro. Que venham mais mulheres para ocupar o governo e teremos administrações limpas, isentas de roubalheira e uma polícia federal liberta para desenvolver suas atividades e sua vocação.

Até quarta-feira
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-Dracena-