A falta de chuvas, chamada de anomalia climática iniciada no final de 2013 e que se estendeu até o começo deste ano, causou diferentes impactos sobre o ciclo das lavouras.
O reflexo é que a recuperação econômica das perdas das culturas poderá não acontecer na safra atual, influenciando, assim, o planejamento dos produtores nas diversas regiões do estado de São Paulo.
O déficit hídrico pode alterar também o calendário agrícola das culturas por não oferecer as condições necessárias para o plantio. Essas alterações influenciam a produção, qualidade e preços, informa o Instituto de Economia Agrícola (IEA/Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. 
CANA-DE-AÇÚCAR – Na lavoura de cana-de-açúcar, as condições climáticas desfavoráveis (escassez de precipitações associada às altas temperaturas) ocorridas do final de 2013 até março de 2014, período de desenvolvimento e plantio de novas áreas e também de renovação de talhões de cana, afetaram a produção da safra de 2014/15.
CAFÉ – Observada no primeiro trimestre de 2014, a anomalia climática que incidiu sobre os principais cinturões de cultivo de arábica no Brasil afetou a produtividade das lavouras, apresentando elevada ocorrência de favas pequenas, malformadas, chochas e mumificadas (sem valor comercial).
LEITE – A seca associada às altas temperaturas, em grande parte de do ano passado, comprometeram as pastagens paulistas, trazendo dificuldades para as explorações leiteiras.
Com pastos ruins os produtores precisaram suplementar a alimentação do gado com ração balanceada. Alguns criadores possuíam silagem e/ou milho e isso permitiu atenuar os custos para produzir leite.
Tendo em conta que há previsão de que as precipitações sejam abaixo da média ao longo dos próximos meses, em São Paulo, espera-se que ocorra elevação nos preços recebidos pelos criadores.
REGIÃO – Segundo levantamento da Coordenadoria de Assistência Técnica e Integral (Cati), de Dracena, em 16 municípios, nas safras 2013-2014 e 2014-2015, comprovam os efeitos climáticos no plantio das culturas em geral e na pecuária de corte e leite na região.
Neste ano, ele explica que nos últimos três meses foi excelente para chuvas, mas a tendência é de mudanças, com aproximação do período de seca.
“O primeiro reflexo será no desenvolvimento das pastagens, que vai atingir também o setor leiteiro”, informa. Para garantir o nível de produção, uma das medidas do proprietário rural será investir na suplementação alimentar do gado.
A área de plantio da cana-de-açúcar registrou queda na safra 2013-14 e 2014-15, passando de 163.257 hectares, para 153.774 hectares. (Com informações da Secretaria da Agricultura do Estado)