O ex-prefeito de Adamantina, Kiko Micheloni, disparou críticas com relação à informações concedidas pela prefeitura à imprensa, sobre a implantação da Fatec (Faculdade de Tecnologia).
“A partir do momento que nós deixamos a administração começaram as mentiras, que, aliás, eu acho uma coisa típica dessa atual administração”, disse ele durante o programa de rádio, A Voz da Cidade, do Grupo Joia.
De acordo com o ex-prefeito, o que motivou sua manifestação pública foi um pronunciamento do prefeito Ivo Santos na imprensa com relação à Fatec, a começar por mencionar que houve irregularidades na doação do terreno do Jardim Brasil ao Estado. “Quando deixamos a administração no ano de 2012, como era um ano político a assessoria jurídica do Centro Paula Souza decidiu, embora nós não concordássemos com isso, que no ano de 2012 não seria possível receber a escritura por ser ano político. Então, terminado a eleição em outubro, em janeiro o mais rápido possível convocaria o Centro Paula Souza para receber a doação já no ano de 2013. Se isso tivesse acontecido, nós já estaríamos com a Fatec construída, com inúmeros empregos criados, como professores, servidores e com a primeira turma de alunos quase formada. Por questões que a população sabe quais são, isto é, compromissos de campanha: ‘vamos fazer aqui, vamos lá, porque nosso orgulho não permite fazer onde a ex-administração recomendou’, o prejuízo fica para a população”, explicou ele.
Quando questionado sobre o risco da cidade perder a Fatec, o político acredita que isso não aconteça. “Eu lamento muito, só não perdemos a Fatec em função do deputado Mauro Bragato e do governador ter esse compromisso com o município. Eu continuo acreditando na palavra do governador”, opinou.
Micheloni ainda questionou a instalação provisória da faculdade no prédio do Colégio Madre Clélia. ‘Temos outro prejuízo em vista. Quanto a prefeitura vai ser obrigada a investir no Madre Clélia para poder abrigar a Fatec?”, indagou. “Não haveria razão nenhuma disso estar acontecendo”, disse ele.
Ainda durante a entrevista, Kiko se posicionou a favor do parecer da Congregação da FAI em optar pela não doação de área da instituição para instalação da Fatec. “Eu acho que a congregação é soberana e legítima”. “Prejudicaria com certeza, porque a FAI não vai parar por ai, e quando ela for construir o Hospital Universitário ela vai construir onde? Vai comprar terreno?”, questionou.
Outro ponto criticado pelo ex-prefeito foi da Prefeitura mencionar na nota que a proposta de doação da referida área foi apresentada pelo próprio diretor geral da FAI, professor doutor Márcio Cardim, antes do processo de recondução. “Então quer dizer que o Márcio teria negociado sua recondução a direção da FAI? Foi uma crueldade o que fizeram”, disse.
O assessor de imprensa da prefeitura, Everton Santos, pediu para se pronunciar durante a entrevista, já que o ex-prefeito o citou em sua fala. Segundo ele, os custos com adequações do prédio do colégio Madre Clélia serão debatidos no aluguel do prédio. Ele ainda citou que em Marília a Fatec só contou com prédio definitivo após 10 anos e que durante esse período a faculdade funcionou em prédio provisório. “A nota em nenhum momento cita negociação pra recondução do professor doutor Márcio Cardim. Cita que este processo foi iniciado antes da recondução do professor. (…) Maldosa é interpretação que as pessoas dão a um determinado assunto”, disse ele.
O ex-prefeito lembrou, ainda, que mesmo a prefeitura alegando que a Fatec começaria a funcionar no segundo semestre deste ano, o Centro Paula Souza prevê o funcionamento da faculdade apenas para 2016.
Kiko Micheloni preferiu não se manifestar sobre outros assuntos políticos.